domingo, 12 de janeiro de 2014

Timbre e partes da guitarra


   
O bom som e o seu som de guitarra, é uma combinação de coisas e que vão além da guitarra em si. Mas por hora, fiquemos na guitarra.

A madeira do corpo por exemplo.: Existem várias madeiras utilizadas. Nenhuma te dará uma mudança tão drástica de timbre, sustain.. mas é claro que alguma mudança terá. No meu caso, talvez pelo hábito de usar por tanto tempo uma Fender em Alder, para o meu timbre e gosto é a madeira que me soa melhor. O Ash é bacana também, mas me falta algo. O Mogno funciona lindamente com humbuckings, mas com single-coils, nunca achei um que me soasse satisfatório. Tenho uma Tele em mogno feita por um luthier, que virou cobaia para meus testes com captadores. Tentei todo tipo de single-coils nela.

Ativos, passivos, Hots, humbucking em formato de single...Fender, DiMarzio, Seymour Duncan, marcas ignoradas.... nenhum me agradou a resposta...já com humbuckings, ela falava muito bem. Não é a tôa que a madeira mais usada pela Gibson, onde mesmo os captadores single coils, não soam como um single Fender, é o mogno.

Existem várias outras madeiras que são usadas na fabricação de guitarras, mas gosto dessas clássicas, principalmente o Alder, que me sôa balanceado aos meus ouvidos e gosto.

O braço tb diz muito em relação a timbre. Braços maple (madeira clara na escala) são brilhantes, mais agudos em relação aos de madeira escura, os rosewood, que soam mais macios, doces e menos brilhantes.


A qualidade do material usado na ponte, implica também em timbre, sustain, clareza e corte.

Um toque sobre pontes flutuantes. A Fender vem de fábrica com 5 molas. Muitos guitarristas para deixar a ponte macia e suave, retiram duas molas e as vezes três. O resultado é que ela fica realmente muito macia, mas em contrapartida, se arrebenta uma corda a afinação vai para o espaço; e se você estiver tocando ao vivo é realmente um problema. Na Fender, a forma para isso não acontecer é retirar apenas uma mola, deixando-a com 4 molas. Ela não desafinará assim e você terá a ação da alavanca mais suave. Se você usa muito a alavanca, meu conselho é colocar uma ponte estilo Floyd Rose. Me parece que ela desafina da mesma forma, caso arrebente alguma corda, mas como nunca usei uma ponte dessas, não posso afirmar que seja correto isso.


O nut, não sendo de plástico, minha preferência é pelo tradicional de osso. Existem nuts de outros materiais, mas tirando o de metal, que já usei, não tenho opinião formada. Não senti uma mudança muito expressiva do osso para o metal, mas é claro que existe, conforme o material usado.


Potenciômetros ruins tb podem alterar o timbre, deixando a guitarra com um som velado...não economize nisso pois é dinheiro,  tempo e trabalho jogados fora, sem contar que potenciômetros são baratos.


O capacitor usado no potenciômetro para timbre, também faz diferença e variações que se consegue colocando capacitores de valores que não sejam os usados normalmente, a mim nunca agradaram, então quando mexo nisso, procuro os tradicionais.


As cordas que vc usa tb atuam no timbre. Atuam em termos de peso,  volume, clareza...em um som mais magro ou mais denso (gordo), mais agudo ou mais puxado para o médio ou grave....
Existem diversos calibres e é questão de gosto e necessidade do guitarrista. No meu caso as 0.10 estão perfeitas, apesar de as vezes sentir necessidade de um som mais cheio e firme, quando uso o slide. Como uso a mesma guitarra para tocar com e sem slide, a 0.10 tem uma tensão que não me arrebenta os dedos e soa a contento. Mas calibre de cordas é de cada um. Só não aconselho abaixo de 09.

Nos anos 70, cordas eram um grande problema...a falta de opções era gritante. Conseguia-se quando muito cordas Fender e Gibson. Das Fender eu não gostava do som, além de elas durarem pouco. Gostava da Gibson que tinha uma tensão para mim, perfeita e o timbre consistente. Vc encontra variações de tensão em cordas do mesmo calibre mas de fabricantes diferentes, entre outras coisas. Uma corda mais facilmente encontrada na época, era uma Italiana da marca Galli e que vinha com uma mizinha extra de brinde. Usava 08...não sei como, até descobrir a 09 e depois definitivamente, a 010. Já testei 013 a título de curiosidade, mas eu teria que mexer em toda a regulagem da ponte, incluindo o braço, que chegou a envergar um pouco com a tensão excessiva das cordas mais pesadas. 0.11 seria um meio termo mas preferi continuar com a 010.

Um toque sobre colocação de cordas: Para a corda desafinar pouco, use-a curta. A partir da tarracha que você estiver colocando a corda, deixe sobrando uns três ou quatro dedos e corte a sobra.


Captadores

Captadores fazem uma grande diferença no timbre, volume, corpo...
Existem diversos tipos e marcas e para chegar no que vc quer, só testando.
Só abandono um captador depois de comprovar que o mesmo não vale um tostão furado, mas antes disso faço bastantes testes com ele. Passei a pensar assim, depois que descobri que um determinado captador que eu tinha, soava um lixo em madeiras normais e depois me surpreender com ele em uma guitarra vagabunda que eu tive, cuja madeira acredito que fosse pinho.

Viajei na maionese e escavei a guitarra toda, fiz um tampo com um material que lembra alumínio (ou é alumínio..não sei) e é usado em cases. Minha idéia é que ela soasse meio como um dobro. Funcionou melhor ainda..ficou um misto de dobro com violão e o tal captador vagabundo traduziu isso de uma forma que nenhum outro que testei depois, captadores bons e de marca, conseguiram reproduzir com um som tão legal quanto ele. Este captador, pasmem...era um single que eu tinha da Sound Malagoli e que era vendido avulso nos anos 70.

Infelizmente o perdi em um acidente com cola Araldite..e esta guitarra terminou indo para o lixo. Portanto...nunca subestime um captador. Dependendo da madeira do corpo da guitarra, sua construção, se é sólida, semi-acustica, sua ponte... captadores aparentemente ruins, em algumas guitarras podem soar lindamente. Já alguns, são ruins mesmo e aí não tem santo que dê jeito.

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