Junto e Misturado



O Rock beneficente e engajado



Arnaldo Jabour é metido a dar pitacos onde não deve...numa dessas, escreveu certa vez em sua coluna no jornal o Globo.

"O Rock é de guerra e a MPB de paz"

Pois é, deveria se informar melhor e saber que o Rock, ao contrário da MPB, já promoveu inúmeros concertos beneficentes em favor de alguma causa. Se os benefícios chegaram a quem deveria, é outra história. O caso é que artistas de rock e do pop se engajaram e se apresentaram. Se entre eles, alguns pensavam só na exposição e o benefício que isso traria para suas carreiras, também é outra história e eu, pelo menos, não faço ideia.

Com raras exceções, mesmo festivais que não tinham este objetivo, também promoveram a paz.

Aí alguém lembra de Altamont, o concerto dos Rolling Stones onde mataram um rapaz negro a facadas na frente do palco... ok, mas lembrem-se que quem o matou, foram os famigerados Hells Angels, que erroneamente foram chamados para fazer a segurança. Logo eles, cujo histórico não era dos mais limpos.

E a MPB?
Vive em sua santa paz cantarolando seus din din dins, din din dons e muito raramente se manifesta neste sentido.


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Música ruim é f...


Cheguei a conclusão que determinadas músicas são tão ruins, que não tem como melhorar..só deixar pior ainda.

Passei 6 anos acomodado tocando na noite. Em algumas bandas tinham bons músicos e a coisa não ficava tão insuportável... tinhamos liberdade e não existia a rigidez de ter que tocar tudo igualzinho...ou eu não aguentaria por muito tempo.
O repertório era o que se tocava na época nos rádios, junto a coisas mais antigas e a qualidade vinha caindo dia a dia...nenhuma novidade.

Em uma dessas bandas, era a época que o pagode estava bombando..início dos anos 90.
A banda tinha bons músicos e o pessoal também era meio inquieto.
Um desses pagodes que estava fazendo o maior sucesso, mas que obviamente meu instinto de defesa já apagou da memória, era ruim de doer.

Música ruim, arranjo ruim, letra ruim..tudo ruim...e aquilo tava incomodando a gente. Aí pensamos...vamos fazer essa porcaria soar ao menos agradável.

Em um ensaio, começamos a mudar a levada, a harmonia..onde dava pra mexer a gente botava o dedo. Tentamos, tentamos e tentamos...no final a conclusão que chegamos foi que...não tinha como melhorar aquilo...ele já estava em seu melhor absoluto.
Foi feito ruim, era ruim, não tinha como deixar bom e era assim mesmo que agradava aos surdos.

Tem coisas que não adianta tentar melhorar..só vai deixar pior.

Mas pra algo esses pagodes me serviram..e não só eles, pois os axés, sertanejos e outras porcarias dominavam as paradas e me faziam o mesmo mal.

Eles me acordaram para o que eu estava fazendo comigo mesmo e abandonei esse tipo de trampo. Era dor nas costas, mau humor, tristeza, falta de paciência, frustração.... descobri que tocar música ruim também criava doenças. 

Pode ser pagode, axé, sertanejo, pop, rock, jazz....que a música não seja o máximo mas ao menos seja criativa e boa, porque música ruim... é fueda!

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Tem um virtuose na banda.....hummm


Se tua banda tem 4 músicos que tocam bem e o quinto é um virtuose... se liga que isso pode ser problema...ou solução.

Tem virtuoses que sabem que são bons e se lixam pra isso.
Estão interessados na música e em acrescentar ...não em aparecer e se exibir. Esses são músicos, pensam como músicos e não como amadores...estrelas que na maior parte das vezes jamais serão.

Com esses virtuoses...os bons...não tem problema. Ele não ficará depreciando os outros músicos, dará boas idéias e até mostrará e ensinará caminhos melhores nas composições da banda...e os outros músicos se não forem tapados, entenderão como uma preciosa ajuda. 

Não se trata de altruísmo ou falsa modéstia mas de positivismo, de querer que o trabalho cresça, vá além e de querer que os outros músicos cresçam também.

O oposto disso é o virtuose ou não, que se acha mais do que é. 

Nunca é tudo o que ele acha que seja, mas como tem uma turminha de otários que o idolatram e seguem, ele acredita piamente que é...o melhor entre os melhores.

Esses caras volta e meia criam desavenças na banda, desmotivam os outros músicos, não cumprem as obrigações, não acrescentam nada de novo as músicas e muitas vezes fazem com que músicos que não são como eles..virtuoses, mas que no pouco que fazem contribuem perfeitamente para o que a música pede, sejam trocados ou criam um clima tão pesado para a pessoa que ela mesmo se demite.

Vi mais de uma vez isso acontecer...e pior...depois disso o clima da banda foi para o espaço e mesmo com o músico substituto sendo melhor que o anterior, a banda se desfez...porque é claro que nem todos concordaram com a substituição e o motivo dela.. o que gerou uma bola de neve de desânimo, desavenças e mal estar...e aí, já era.

E o tal virtuose?...já estará em outra banda fazendo seu estrago.

Esses caras também criam climas péssimos em cima do palco. Imagine você errar ou dar um branco e ficar completamente perdido. Alguém escolado tira isso de letra. Músicos de verdade as vezes nem olham para quem errou pra não entregar o companheiro e também para não chamar atenção para o erro, que muitas vezes passa despercebido pela plateia.
Se olham, brincam, sorriem.. pois sabem que isso acontece, que a pessoa já esta chateada pelo erro e sabem que eles também podem errar...então pra que piorar isso fazendo cara feia ou ridicularizando o colega?
Pois tem músicos babacas que fazem isso...os famosos traíras.

Alguns também tocam de má vontade, jogam contra...principalmente se a casa esta vazia. Nesse caso nem precisa ser virtuose..basta ser burro...ou maluco.

Sou da seguinte opinião. Não importa quantas pessoas estão na plateia. Se estão ali é porque foram te ver e se não forem seus amigos ou parentes com convites, estão pagando por isso.

Toque com alegria. Toque do mesmo jeito que tocaria se a casa estivesse cheia. Respeite as pessoas..depois encha a cara e lamente, se continuar chateado...mas duvido que esteja se o motivo tiver sido apenas esse e se você tocou bem e com prazer. E por favor, não faça um show de 20 minutos porque a casa esta vazia. Que não faça o show inteiro como planejado, mas que faça algo que valha o que as poucas pessoas que pagaram merecem receber...é o mínimo. O valor do ingresso que ela pagou foi o mesmo...não teve desconto.

Eu sou fominha, minha vida é tocar, tocando o que gosto me sinto feliz...por mim, faço é o show todo! Até porque, se passei meses ensaiando isso..ora..quero mostrar.
Mas entendo quando os outros ficam desanimados com a casa vazia...eu também fico...até a hora que o som começa.
  
Por essas e outras, prefiro muito mais um músico mediano a um virtuose otário. Prefiro um músico que vibre com o que faz, que queira crescer e seja comprometido com o trabalho, mesmo ele tendo pouca bagagem, mas que acrescente mais a música com 3 notas, do que um que venha cheio de informações, muito exercício e técnicas chupadas de outros e no final você veja que não fede e nem cheira aquela pose toda, aquela cachoeira de conhecimento sem personalidade ou novidade. Virtuosismo não tem nada a ver com genialidade.

Uma banda só de virtuoses... pode criar algo muito bom ou algo muito chato. As vezes algo muito bom de tocar, mas tedioso pra quem vai ouvir.

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Luthier........


É evidente que existem luthiers excelentes e que hoje, talvez não cometam erros...mas tenho absoluta certeza que já fizeram alguma ou muita besteira antes de ficarem bons.
Mesmo assim não coloco minha mão no fogo por nenhum. Tenho meus motivos e são mais que convincentes pra mim, pois quem se ferrou fui eu.

Fico muito tentado a expor o nome deles, mas deixa quieto...quem os conheceu na época e ler isto, saberá quem são...direi apenas, aproximadamente aonde eram suas oficinas...não lembro mesmo os nomes das ruas...e os chamarei pela primeira letra de seus nomes.

Caso 1: Luthier C

Levei minha Stratocaster 1969 no único luthier que conhecia no início dos anos 90 ou final dos 80. Hoje ele é muito conhecido e renomado...e realmente já vi (não toquei em um) belos instrumentos feitos por ele...se prestavam, se deram defeito posteriormente, não faço ideia.

Sua oficina era em um casarão velho, em uma rua não muito longe da praça Saens Peña na Tijuca, Rio de  Janeiro. Antes dessa casa, ele tinha uma oficina..se é que poderíamos chamar aquilo de oficina, em uma casa também na zona norte, só que do outro lado da linha de trem...não sei que bairro era aquele...talvez Rocha. E foi onde o conheci, atravéz de um amigo baixista.

Levei a guitarra para trocar os trastos e o nut..queria experimentar um de metal. Falei com o cara a verdade...que só tinha aquela guitarra e precisava dela para trabalhar, logo, não poderia esperar muito pelo conserto. Ele deu um prazo e me garantiu que entregaria nele. Chegou o dia da entrega, fui pegar a guitarra...ele não tinha terminado e sequer estava trabalhando nela.

Aí foi aquela correria, desculpas esfarrapadas e garantiu que me entregaria em poucos dias. Nessa eu já estava me ferrando tendo que pedir guitarra emprestada a amigos.
Não gosto de pedir e ninguém gosta de emprestar seus instrumentos. E tem que ser assim mesmo. Não se empresta o instrumento de fé e de trabalho.

Chegou o dia e ainda faltava fazer o nut.
Aí pegou um velho que tinha lá já pronto e colocou. A corda sol ficou fazendo barulho de vibração...pegou um ferro de soldar e deu um pingo na ranhura por onde passa a corda..quebrou o galho e eu resolvi aceitar desse jeito mesmo, já muito irritado com aquilo tudo e querendo ir embora logo daquele lugar. 

Mas o pior eu não vi e só dei por mim a medida em que ia tocando.
A primeira e sexta corda escapavam do braço. Eu não entendia nada...antes a guitarra era perfeita...

Não pude voltar nele, o tempo foi passando e eu cada vez mais tendo dificuldade de tocar com a guitarra. O tempo passou e ficou por isso mesmo. Também se voltasse lá, que outro jeitinho ele daria?

Uns poucos anos depois conheci o luthier M, que fez uma Tele pra mim e levei a Strato para ele dar uma olhada. Pegou um gabarito de escala usado pela Fender, colocou na minha e descobriu o que havia acontecido.

O senhor C errou na lixada e mudou a curvatura da escala. Lixou demais nas bordas e as duas cordas escapavam.
Pior, lixou tanto que a deixou tão fina que não aceitaria outra lixada e novos trastos...só trocando a escala.

Tentei resolver arrumando sadlles menores e espremendo-os para o centro do braço...o que obviamente não deu muito certo e a guitarra ficou cada vez mais difícil de ser tocada. Minha mão doía e frases mais rápidas era uma dificuldade pra fazer...a ponto de eu achar que o problema era eu.

Passei a desconfiar de todo e qualquer luthier e depois de um tempo comecei a usa-la só para slide...hoje nem isso... agora esta dentro de um armário guardada...até a coragem e o ânimo voltarem e eu a levar em algum outro pra trocar a escala.


Caso 2.: Luthier M.

Por volta de 1994 mandei fazer um modelo Telecaster.

Sua oficina era em uma casa que ficava próxima a rua Uruguai e a rua Maxwell...meio que na fronteira entre a Tijuca com o Andaraí..bairros da zona norte do Rio.

Paguei adiantado e me prometeu entregar em poucos meses...levou mais de um ano. Isso porque eu fiquei em cima reclamando.

Queria que a mão fosse igual das Stratos do final dos anos 60 e 70. O large headstock.
Não ficou igual, ficou deformado e não gostei, é claro. Aí ele cortou de novo fazendo o modelo antigo...que eu não gosto. Tive que engolir o sapo.

Eu queria o braço mais gordo.
Tanto fez, me falando dos novos shapes de braço que estavam usando e que segundo ele eram excelentes, que eu não iria me arrepender....que a contra gosto terminei aceitando. O braço não tinha absolutamente nada demais, não resolveu meu problema e mais uma vez tive que engolir..outro sapo.

Pra terminar com chave de ouro, errou algum cálculo..creio que na furação da ponte e o resultado foi:

1º- eu tinha que puxar os sadles, enviesa-los no sentido dos bordões para as cordas ficarem no lugar certo e centradas no braço. O que também as fazia sair do centro dos polos dos captadores.

2º- por causa desse erro, a guitarra desafinava facilmente e a  afinação das oitavas no 12º trasto era uma batalha.

Como resolvi.
Deixei pra lá!

A usei um bom tempo assim mesmo e depois passei a usa-la também  apenas para slide... por fim virou instrumento de testes e hoje vive jogada aqui em um canto.

                                    
Caso 3.: 

Em 2011 montei uma Strato...já tinha um corpo em Ash e o braço importei pela net, via Stewart MacDonald. O braço me saiu por 300 e poucos reais com todas as taxas incluídas. Precisei apenas pedir a um amigo que não é luthier mas tem vários tipos de ferramentas e máquinas, para recortar a mão. Como gosto do large headstock da Fender, o desenhamos na madeira e ele cortou..ficou praticamente perfeito, mesmo sem termos o molde original.

Faltava o nut.

Estava morando em Sampa e a levei em um luthier...o cara faz trabalhos para gente conhecida e sua oficina é no Brooklin. Perdi o cartão dele, então não lembro seu nome mas ta tranquilo, só quero mostrar o erro e como o dele não foi grave...
....mas o caso é que errou 4 vezes...na última quando me dei conta do defeito, já estava longe de Sampa, capital.

Descobri uma vibração estranha...um zumbido quando eu tocava com ela desligada. Comecei a caça e descobri que o zumbido vinha do nut, exatamente na corda La. Vibra atrás do nut quando a toco solta.

Ta assim até hoje...como felizmente com ela ligada não percebo essa vibração, tudo certo...deixa assim por enquanto. Mas errar um nut 4 vezes....

Antes de importar o braço sondei preços com luthiers...a média foi 1000 reais...questionei isso comentando sobre os da Stewart McDonald e a resposta era a velha manjada..."ahh, mas nós fazemos exatamente como o cliente quer e os da S. MacDonald são feitos em série sem controle nenhum, a nossa madeira é... bla bla bla bla bla bla

O braço ta bonzão aqui e não tenho nada a reclamar...exceto pelo raio da espessura que gosto mais gordo, mas nada que me atrapalhe muito.
Ah sim... pra não fugir a regra, veio com um pequeno defeito. Um trasto estava levemente mal encaixado de um lado. Peguei um martelinho, coloquei um pedaço de couro por cima e dei 3 marteladinhas...resolvi!

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Cá com meus botões...


Música é como literatura. Quanto mais você lê, mais capacidade tem de separar um bom escritor de um mais ou menos ou de um charlatão.
Música é igualzinho...quanto mais você ouve....

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A MPB não é música pra instrumentistas.
Já repararam nos solos, quando tem solos?
A grande maioria, diria que 99% deles, repetem a melodia da música.

Outras vezes...solo de instrumento? Nada...olha lá o cantor/a fazendo lalaia no lugar que poderia ser ocupado lindamente por um solo de verdade.... e não a repetição da melodia, que isso não é solo.

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Se eu não posso criar algo novo em uma música, se tenho que toca-la sempre da mesma forma, igual, nota por nota.... não tenho prazer nenhum nisso... não estou fazendo música...isso é fotografia..pior, xerox da fotografia.

Só existe prazer quando a música é realmente boa e inventiva...mesmo assim, depois de um tempo me enche o saco do mesmo jeito.

Sabe piada que perdeu a graça?

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Música independe de letra.

Uma boa música valoriza uma letra ruim, o inverso, via de regra, pois ninguém quer escutar música ruim, faz com que a letra nem seja notada.


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Você sabia que a grande maioria dos solos (principalmente de rock)...seja de improviso ou pronto, começam com uma nota longa e geralmente um blend? Repare!


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Quem disse isso e porque?

"O músico Brasileiro é o melhor músico do mundo"

Pelo que sei, o doido ou a doida que disse isso, vem da escola de músicos de noite e de bailes. E um monte de gente acreditou e acredita nisso.

A dedução com que chegaram a isso eu não sei, pois não tem lógica.
Em tempos antigos, muito antigos, até que se aprendia alguma coisa copiando os standards e alguns clássicos, mas o tempo passou e os músicos se viram obrigados a copiar uma lixarada de músicas feitas para dançar e não para servirem como estudo...as famosas paradas de sucessos. Logo, se quem fazia e tocava essas músicas eram músicos medianos, nenhum que eu saiba genial ou grande criador...você vai aprender com eles?...grandes coisas você não será.

Interessante também que idolatramos músicos em sua maioria americanos e ingleses...muito justo.

Ora, raios!! Mas se idolatramos os caras é porque eles são especiais e os melhores, certo? Então....cacete, não consigo entender essa frase!

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Críticos de Rock


Alguns criticos de rock, inventaram que saber tocar bem um instrumento, ser um virtuose, tocar rock que parecesse ser música mais séria não combinava com o espírito do mesmo...ou seja...o rock como música não poderia evoluir. Teria que ficar eternamente nos 3 acordes, mascarados por toneladas de distorções onde ninguém poderia definir se o que estavam tocando era música boa, ruim, ou apenas barulho. A inteligência musical e auditiva que o rock tentasse mostrar estavam proibidas... era a volta pra caverna.

O rock tinha que ser básico, simples, pobre, barulhento, com pose de moderno e sempre curtinhos...mais que 3 minutos tava proibido.

Isso foi aos extremos nos anos 80 e 90, mas não era coisa tão nova assim.

Ezequiel Neves em um número do jornal Rolling Stone de 1972, onde não sei se copiando algum crítico estrangeiro de segunda, dizia que o Yes e o rock progressivo de uma maneira geral, era pretensioso... e aquela charopada toda que a partir dos anos 80, quase todos que escreviam sobre rock e não só sobre o rock progressivo dos anos 70, repetiam feito papagaios com um profundo desprezo e desrespeito pelas gerações anteriores..justo pelas mais criativas que existiram...as dos anos 60 e 70... que na realidade é a mesma. 90% das bandas dos anos 70 começaram nos anos 60...é só consultar a história.

Neste mesmo número da Rolling Stone, ou em outro...Ezequiel Neves babava pela J.Geils Band...uma banda de rock and roll legalzinha apenas, como muitas outras e cuja fama era mais por suas apresentações energéticas do que pela originalidade ou qualidade de sua música.

Os críticos de rock tem essa necessidade de permanecer na adolescência, talvez para aumentar seu tempo de vida útil, buscando novos leitores e tentando fazer a cabeça deles...coisa que conseguem muito fácil.

Nos anos 80 fizeram a festa e como sempre achincalhando, ridicularizando, denegrindo qualquer tipo de rock que parecesse estar sendo tocado por músicos de verdade. Ser virtuose então, virou crime.

Concordo que a praga que se tornou o tipo de virtuoso pirotécnico, cujo um dos disseminadores foi o Van Halen, virou um troço chato, uma mesmice exibicionista e um lance bem brega. Mas separemos as coisas.
Existe o virtuoso que pensa em uma direção e existe o genial que vai em direção oposta. Jimi Hendrix, Jeff Beck, e tantos outros como o próprio Van Halen, poderiam ser classificados só como virtuoses? Não!

Esses músicos estavam acima de tudo querendo fazer música original e não ficar no mesmo lugar. Curiosamente a guitarra era o veículo e não poderia deixar de ser diferente.

Nenhum outro instrumento é como a guitarra, que se presta a tantas possibilidades e sonoridades. E ha bem pouco tempo esses mesmos críticos vem tentando mata-la... isso que é pretensão.

Voltando aos músicos que os críticos desprezam, Tom leão no jornal o Globo, várias e várias vezes fazia isso..atacar o rock dos anos 70. Disse até uma vez que ele era individualista...um absurdo.
Aí veio a febre dos djs e ele pra ficar na onda começou a endeusa-los. E eu pensei...existe coisa mais individualista do que um cara sozinho em cima de um palco com suas pick-ups?

O vi também babando por sua banda do coração quando lançaram algo com orquestra...e lá foi ele mordendo a lingua de novo.
Quer dizer que com essa sua banda querida não é pretensão fazer isso? Mas para os primeiros que fizeram é?
Que cara mais incoerente.

Um outro do mesmo jornal...Bernardo alguma coisa, com a mesma falta de personalidade vinha com seus ataques.
Lembro de uma vez ele falando sobre heroína, colocar o título dúbio. "A droga dos anos 70.... pelo título imaginávamos que iria falar da música, é claro, pois volta e meia ele descia o malho nela... só depois é que víamos que ele estava falando de drogas de verdade. Mas a intenção oculta no título...

Arthur Dapieve. Na primeira vez que vi uma aparição sua em um jornal, (Jornal do Brasil, se a droga da minha memória...) aproveitando a vinda do Jethro Tull ao Brasil, disse com todas as letras.
"O Jethro Tull é das poucas coisas que prestaram nos anos 70"

Tempos depois ele começou a mudar. Disse que gostava do Free, que preferia o Dick Betts (Allman Brothers) ao Eric Clapton (não sei o que um tem a ver com o outro)...começou a citar o que antes negava e tratava como lixo....e começou a falar também de jazz e outros estilos...aí eu pensei... tô fora desse balaio de doido...compreensível... um cara que diz que a melhor banda do mundo é Echo and the Bunnyman, só pode ser doido mesmo. Mesmo o achando o melhor entre os outros, cansei e parei de ler seus escritos.

Estou longe de achar que tudo o que foi feito nos anos 60 e 70 foram o máximo. Tem coisas ruins, coisas chatíssimas e coisas inexpressivas. Tem bandas que todos amam e eu acho um saco! Certos intocáveis pra mim são só mais um e não os melhores, como a maioria enfiou na cabeça...aliás, muito disso também tem o dedo da tal critica especializada. Mas o caso é que a proporção entre bom e ruim é muito maior para o primeiro.

Ja reparei também que eles sempre citam as letras dos que eles acham os geniais. Da música não falam muito, até porque, também já reparei, que os geniais deles na parte musical são sempre fracos, não cantam nada, não tocam nada.... tudo faz sentido.

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Grandes discos gravados ao vivo - Dave Mason Certified Live - 1976


Album duplo gravado ao vivo em 1976. Saiu no Brasil no mesmo ano.

Dave Mason, ex Traffic, estava com esta banda já ha alguns anos e a química dos músicos era excelente. O único porém, que descobri depois ouvindo bootlegs dele de anos anteriores, é que as músicas eram super ensaiadas. Ou seja, ano a ano eles tocavam sempre a mesma coisa.
Isso não desmerece o disco pois é excelente, mas não deixa de ser uma decepção ver músicos tão bons se repetindo a exaustão.

O disco abre com Feelin Alright, um clássico de Mason e que já foi regravado por dezenas de artistas e bandas...incluindo o próprio Dave Mason, sempre com arranjos diferentes. Também não faria o menor sentido regrava-lo sempre igual.

Não creio ser a melhor versão que já ouvi dele, feita pelo próprio, mas é boa também e daí em diante o disco esquenta. Seguem duas músicas no estilo inconfundível de Mr Mason. Músicas que tem um Q de balada mas não deixam ninguém dormir pois as levadas sempre tem um certo groove.

A última música do lado A é uma regravação de All Along The Watchtower, de Bob Dylan e tem uma pegada sensacional. Seguramente uma das melhores versões desta música.
Rick Jaeger é um senhor baterista e em todo o disco ele se destaca.

O lado 2 do disco 1 é acústico e os vocais, como em todo o disco, se destacam. Abrem com Take It To the Limit do Eagles, seguem com as boas Give Me a Reason Why e a intimista Sad And Deep As You. Depois uma bem conhecida dele, a simpática Every Woman e fechando o lado acustico, volta a eletricidade e o groove com World In Changes.

O lado 3 (segundo disco) abre com o blues Goin Down Slow, cuja a introdução é um pequeno cover de uma gravação deste blues, feita por Ray Charles..na sequencia Mike Finnigan mostra seu potencial como cantor. No solo brilha a guitarra de Jim Krueger usando um talk box, onde ele brinca imitando Louis Armstrong em um determinado trecho. No final Dave Mason passa a ser a guitarra de frente.

Look at you, look at me é a próxima e bem azeitada em seus quase 13 minutos.

O quarto lado abre com a clássica Only You Know and I Know, segue com outro blues, Bring It On Home, cheio de segundas vozes e mais uma vez um solo com Talk Box de Jim Krueger.
Fechando o disco, a velha e certeira Gimme Some Lovin' volta a agitar o ambiente.

Dave Mason como guitarrista tem um estilo simples, não se destaca muito e nem podemos considera-lo como um dos grandes... mas é inconfundível, muito em função do timbre de sua guitarra...estivesse ele tocando com uma Stratocaster ou uma Firebird...que me parece ser a que ele usa neste disco. Se você é familiarizado ao som dele, você reconhece sua guitarra.

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Wishbone Ash - Live Dates - 1973


Ouvi esse disco na época de seu lançamento..importado, pois não saiu aqui. Virou um hit entre a banda que eu tocava.

Minha primeira reação foi com o timbre das guitarras do Andy Powell e Ted Turner. Nunca tinha escutado tantos e tão bonitos. Me chamou também a atenção as linhas melódicas de ambas e o bom gosto.

As composições eu curti também, só achei levemente enjoadas talvez por serem muito docinhas...uma característica das músicas deles..essa certa doçura. Com o tempo acostumei.

Não tive músicas prediletas pois todas tinham algo de bacana, principalmente das guitarras e me encantava aquela sonoridade e as sutilezas que eles conseguiam. Gostava também dos solos em duas vozes, das harmonias simples mas que soavam lindas e inteligentes e claro, de como eles usavam as guitarras, fazendo coisas diferentes uma da outra.

Tem bandas que tem duas, três guitarras e não se percebe isso..com eles não tem como não perceber.

O disco abre com a guitarra do Andy Powell em "The King Will Come".
Não gosto de humbuckings, mas Andy consegue tantos timbres com eles, que nem parece estar usando esses captadores.
Logo depois da as caras Ted Turner com sua Stratocaster e pedal wha-wha, também com um timbre sensacional.

As vezes Ted também usava uma Les Paul Custon, mas basicamente era com Fender Strato que ele tocava, assim como Andy que usava quase que 100% do tempo suas Gibson Flying V.

Talvez muito dos timbres que conseguiam estivessem ligados aos amplificadores Orange que eles usavam, mas tudo me leva a crer que o bom gosto, domínio de técnicas, conhecimento de causa, visão, experiência de ambos... tinham mais importância que o amp...até porque também já vi fotos com eles usando outros amplificadores no lugar dos Orange.

E seguem mais 10 músicas onde essa cachoeira de belos timbres continua.

Se você curte guitarras harmoniosas e cheias de personalidade, eis um disco onde o bom gosto reina e belos timbres são apresentados o tempo todo. Timbres que você pode procurar, mas não vai achar iguais em outras bandas.

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