domingo, 30 de março de 2014

Venia Jam Band - Money - Pink Floyd - Free Slide Guitar



VENIA jam band

Somos um trio que por falta de cantor/a fazemos jams...algumas do nada, outras sobre músicas conhecidas, como esta do Pink Floyd.
Já tentamos cantar e vamos tentar de novo porque ta difícil de achar quem cante por aqui.

Pegamos "Money" do Pink Floyd...a música, se desse pegaríamos grana mesmo hehehe e tocamos livremente.

Quem esta cantando sem microfone é o baixista JA Brum e de resto é só free, com algumas coisinhas já incluídas na música.

Tipo....isso ficou legal..vou repetir.

A dinãmica das jams, via de regra é a seguinte:

Brum puxa algo no baixo e vamos atrás. Mauro Lauro, o baterista, viaja na maionese e tem como lema...não prestem atenção em mim... e nessa, as vezes vira um samba do crioulo doido.
Saí umas porradas, mas no geral nos divertimos muito e como estamos nos lixando pra algumas regras...as mesmas que por esse motivo muitas vezes nos desencontramos um pouco, sempre terminamos rindo ou fazendo bulling um com o outro.

As vezes alguém extrapola e fica difícil de tocar...o tempo vai pros car....mas depois nos achamos de novo rs

A parte técnica para quem quiser saber, é a seguinte:

Mauro Lauro usa uma bateria Pearl, com algumas coisas adicionais e toca com 2 baquetas...em cada mão...ele tem 8 braços.

Brum usa um baixo Snake dos anos 70, que tem uma sonoridade única...totalmente seventy, plugado em um combo Hartke.

Esse baixo pertenceu a Paulo Guerra - Baga, Espírito da Coisa, Chá de Estrada.
Depois foi trocado pela aparelhagem de som do Mauro Lauro - Baga, THC, Camaleão, Chá de Estrada, Steel Jam Blues, Venia.
Quem tocou com ele a partir daí foi Michael Striemer - Camaleão, Chá de Estrada.
Agora ta com o Brum - Steel Jam Blues, Venia.

Eu,...THC, Camaleão, .... e Venia. Tô usando uma guitarra Yamaha Pacifica, barata. Barata mesmo, paguei 439 reais na loja alguns anos atrás.
A madeira é ruim e me da problema com captação. Ela não tem corpo.

O braço é bom, as tarrachas sem luxos mas excelente, a ponte o material não é essas coisas mas esta direita...enfim, não é porque é barata que tenha que ser ruim...tirando o corpo e os caps, que no meu caso não chegou a ser um problema porque tenho vários captadores pra testar e troquei alguns. Enfim, em termos de tocabilidade e resposta que estou tendo, pra uma guitarra desse preço ta bom demais.

Na ponte tô com o humbucking que veio nela. Esse humbucking tem uma sonoridade que me agrada.. não totalmente porque não gosto de humbucking nenhum, mas esse achei agradável.
Os singles que vieram nela não curti, então coloquei um Gibson P90 no médio.. e no braço, tinha posto um single que casou bem mas passei pra outra guitarra e o que esta agora não fede nem cheira..nela.

Sem problemas porque só estou usando uma combinação de captadores, o humbucking com o P90, que é onde consegui o melhor timbre com ela. Tenho pra mim que o P90 possa ficar bom também no braço, mas aí perderia o que já esta...seria burrice.

O amplificador que uso nas jams é um pequeno valente, Fender Frontman 25 R, que quebra um galho fenomenal. Esse Fenderzinho puxa pro agudo e pelo cristalino natural dos Fender.

Tem aquela sonoridade de pré equalização de fábrica. Todo amp tem de certa forma. Uns você pode zerar realmente os controles, outros não totalmente. Tipo.. o Marsahall é naturalmente agudo, o Peavey médio agudo, o Fender acho mais neutro e natural, com clareza e brilho acentuado. Daí no caso deste, uso zero de médio, uns 4 de grave e agudo ou no zero ou no três. Outras vezes tudo no zero mesmo. Em todo amp que toco, uso o mínimo ou nada de médios.

Estou usando nessa gravação, guitarra slide em afinação standard, plugada em uma pedaleira ZOOM G1Next, regulados Delay e um Overdriver, só..além da equalização, é claro. Se tem algo embutido, um noise gate, por exemplo, não fui eu que coloquei...veio de fábrica, pois eu alterei uma programação que já existia.

As gravações são feitas com um gravador Micro BR da Boss, que tem um microfone embutido. O bichinho é muito bom.

Gravação feita no dia 26/03/2014.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Wishbone Ash - Live Dates - 1973


Wishbone Ash - Live Dates - 1973

Ouvi esse disco na época de seu lançamento..importado, pois não saiu aqui. Virou um hit entre a banda que eu tocava.

Minha primeira reação foi com o timbre das guitarras do Andy Powell e Ted Turner. Nunca tinha escutado tantos e tão bonitos. Me chamou também a atenção as linhas melódicas de ambas e o bom gosto.

As composições eu curti também, só achei levemente enjoadas talvez por serem muito docinhas...uma característica das músicas deles..essa certa doçura. Com o tempo acostumei.

Não tive músicas prediletas pois todas tinham algo de bacana, principalmente das guitarras e me encantava aquela sonoridade e as sutilezas que eles conseguiam. Gostava também dos solos em duas vozes, das harmonias simples mas que soavam lindas e inteligentes e claro, de como eles usavam as guitarras, fazendo coisas diferentes uma da outra.

Tem bandas que tem duas, três guitarras e não se percebe isso..com eles não tem como não perceber.

O disco abre com a guitarra do Andy Powell em "The King Will Come".
Não gosto de humbuckings, mas Andy consegue tantos timbres com eles, que nem parece estar usando esses captadores.
Logo depois da as caras Ted Turner com sua Stratocaster e pedal wha-wha, também com um timbre sensacional.

As vezes Ted também usava uma Les Paul Custon, mas basicamente era com Fender Strato que ele tocava, assim como Andy que usava quase que 100% do tempo suas Gibson Flying V.

Talvez muito dos timbres que conseguiam estivessem ligados aos amplificadores Orange que eles usavam, mas tudo me leva a crer que o bom gosto, domínio de técnicas, conhecimento de causa, visão, experiência de ambos... tinham mais importância que o amp...até porque também já vi fotos com eles usando outros amplificadores no lugar dos Orange.

E seguem mais 10 músicas onde essa cachoeira de belos timbres continua.

Se você curte guitarras harmoniosas e cheias de personalidade, eis um disco onde o bom gosto reina e belos timbres são apresentados o tempo todo. Timbres que você pode procurar, mas não vai achar iguais em outras bandas.

Ensaios frustrados

Ensaios não costumam ter surpresas e ninguém também espera por isso, mas as vezes acontecem coisas que depois achamos graça.

Lembro de dois deles, bem no início de minha vida musical.

Não existiam estudios de ensaio, então tinhamos que nos virar. Normalmente os ensaios eram na casa do baterista, mas não só...se não reclamassem a gente ia fazendo.

Um dos lugares onde a gente ensaiava era na casa de Yvon Azambuja, que já citei em outra postagem...aliás a casa dele também era o lugar dos encontros e de ouvirmos as novidades musicais em primeira mão, as revistas...

O pai e a mãe, suas irmãs lindas..Dedé e Glaucia..Glaucia mais fechadona e Dedé, super alegre e gente boa...além da Samantha, que eu morria de medo. Um mix de pastor com vira lata, séria e invocada.

Eles gostavam daquela agitação toda, pois ainda tinham os vários amigos das moças e do filho mais velho, que viviam por lá.
O pai, seu Wilson, era também quem as vezes trazia os pedidos desse filho mais velho, também Wilson...pedidos de discos importados..e nós aproveitavamos, é claro.

Então uma certa vez começamos a planejar uma jam...estavamos conhecendo outros músicos e os convidamos. Como não daria pra fazer isso na casa do Yvon, no quarto onde a gente ensaiava, resolvemos fazer a tal jam na cobertura do prédio, que era apenas uma área vazia. Não sei se comunicamos o síndico ou quem quer que seja.

Existia um percussionista chamado Foguete e que era amigo do irmão do Yvon, se não me engano...sei que conseguimos convida-lo. Rezava a lenda que ele tocava com o Gilberto Gil. Então no dia D, levamos nossas tralhas para a tal cobertura e começaram a chegar os convidados. Dentre eles o Foguete.

Chegou cheio de bolsas e sacolas, sentou no chão e começou a tirar instrumentos de percussão e coloca-los em volta de si... além dos normais, um monte de coisas que percussionistas transformam em instrumentos.

Começamos a tocar...alguns minutos depois chegou o síndico e aos berros acabou com a festa. A cara do foguete guardando as coisas, quem viu não esqueceu.  Mas foi uma frustração geral, principalmente a nossa, pois queríamos muito o contato com músicos mais experientes e alguns apareceram...só não tocaram. 

O outro ensaio furado foi em uma guarita militar. Conhecíamos alguém que morava dentro do quartel do exército no posto 6, em Copacabana, e essa pessoa nos ofereceu uma guarita que tinha lá abandonada e ficava em um morro, onde hoje é o parque Garota de Ipanema, no Arpoador.

Fomos...subindo pelo morro com caixas de som, bateria e etc...uma mão de obra dos infernos. Começamos a montar e acho que nem chegamos a tocar ou porque não tinha energia no lugar ou porque apareceu alguém e nos mandou sair dali. Acho que foram ambas as coisas. E tome a descer o morro de volta, cheio de tralhas e frustração.

Hoje é mole, em todo canto existem estudios de ensaio pra alugar e temos até roadies...pagando, é claro. Dos anos 70... só os valentes continuaram rs 


Primeiros palcos

Quando penso no que falar, normalmente me vem lembranças engraçadas...aquelas historinhas as vezes bestas, mas que não te sairam da cabeça..claro, faz parte da tua vida, você estava lá!
Então lembrei minhas primeiras aparições em público.

A primeirona foi em uma clínica psiquiatrica...mais pra um hospício mesmo. Clínica Humaita em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, no ano de 1973 ou 74.

Doidos e doidas, alguns pelados, imundície, tudo largado..como deve ser um hospício até hoje.
Pelo "estilo" dos malucos, creio que fosse uma clínica para gente pobre e doidos achados pelas ruas...a maioria parecia mendigos.

Mas imagine como também não devem ter loucos de famílias abastadas, largados por esses hospícios.
Loucos são párias e por isso rejeitados. Deve ser realmente difícil ou impossível, você conviver com uma pessoa biruta.
Tem louco de pedra, louco mansinho, agressivo, hiperativo, louco que aparentemente não parece com louco e devem ter pessoas que a família acha que é louco e manda para esses lugares ou para se livrar mesmo, de pessoas que por serem livres demais parecem loucas.

Chegamos lá.. era um terreno grande com um casarão que lembrava uma escola pública, com anexos.
Onde tocamos era uma especie de pátio coberto, semi fechado.

Começamos a montar nossa pequena aparelhagem e os doidos se chegando com cadeiras e sentando na nossa frente...estavam calmos.

O que me recordo é que tocamos algumas músicas sem nenhum incidente e eles, parece que gostaram. Na realidade não faço a menor idéia se gostaram ou não. Eles pareciam logo em seguida ao final das músicas,  distantes e desinteressados.

Acabamos de tocar, acho que um ou outro doido reclamou um pouquinho, outros aplaudiram ou não fizeram nada e enquanto a gente desmontava o som, um funcionário da clínica foi por trás de nós e ligou uma televisão que estava no alto, na parede.

Os doidos se alvoroçaram e voltaram pras cadeiras.
Apareceu a imagem, bem ruim e o tal funcionário foi tentar melhorar.
Cada mudançazinha que ele fazia, os malucos começavam a gritar...ta bom, ta bommmm....cada pequeno ajuste que ele dava e eles se desesperavam..ta bom, ta bommmm, ta bommmm...
Hoje penso...será que eles ficavam assim porque a imagem da tv era realmente uma M... e qualquer tentativa de melhora poderia ou deixar melhorzinho ou estragar tudo?

Senti pena deles...tudo muito largado, eles não tem ninguém a não ser eles mesmo..acredito.

A banda eramos eu, Ivon Azambuja, Gilberto, Felinto Sergio e Jorge Victor (Bacalhau).. a Fenix...que um taxista uma vez nos levando perguntou o nome. Quando falamos ele virou pra trás e perguntou...aos berros...Pênis? O nome da banda é caralho? Foi uma gargalhada geral e a gente tendo que explicar o certo.

Tinham também os agregados. Maria Ines, que cantava, compunha e tocava violão..tive um namorico com ela mas eu era um...mané. Ela escrevia muito bem e tinha uma música que era um hit entre quem conhecia.

Acordei as 3 horas da matina
pra pegar o trem das 5 na Leopoldina..

.. e ela seguia contando o que aconteceu na viagem. Escrevia bem e a música era bonitinha. Tinham outras boas também, mas é querer demais eu tentar lembrar de algo.
Roberta, que tocava piano...sua irmã mais nova, Ursula, que não lembro o que fazia na banda, mas fazia eu e Sérgio suspirar rs
A gente adorava ela..uma pessoinha legal..e por ser gata, é óbvio.
Não sei se tinha mais alguém.
E foi assim!


Meu segundo show foi com a mesma primeira banda.

Alguém arrumou para tocarmos em um colégio em Copacabana, no turno da noite. Não me recordo a localização da escola..não me recordo de nada desse show...só do Yvon, que nessa época tinha passado pra bateria, caindo do banco em uma música...e de mais nada.
Tenho uma vaga lembrança de que o clima não estava bom...o motivo...já não sei.


Depois do inesperado primeiro show, e do segundo, que não lembro de nada, fiz minha terceira apresentação e esse sim, merecia ser um primeiro show, mesmo sendo só uma música.

Foi em um festival do Instituto de Educação, na Tijuca. Uma construção antiga e bela, com muitos lugares anexos. Um deles é um lindo e grande teatro. Palcão..tudo grande.

A mesma banda, agora tocando com Vania. Quase certeza que se chamava Vania ...ou Vilma....esse negócio de esquecer nomes e etc..é muito chato...enfim, vamos lá!

Ela, uma bela morena estilo mulherão, cabelão pretão...um pouco mais velha que a gente e que cantava lindamente. Ela era da Vila da Penha, lugar que andei durante um tempo tocando mas bem depois, no final dos anos 80. Rolou um clima, mas eu medrei...ela era muito mais experiente, mais mulher mesmo. Eu um adolescente que só queria saber de guitarra e ainda por cima virgem...tremi rs

A banda contava também com uma pianista e a música com que íamos participar, creio que era dela. Infelizmente não tenho certeza de seu nome também, talvez Denise...mas certeza que ela morava em Vila Isabel.

Na hora do festival, teatro cheio...lotado!

Fomos uma das primeiras ou a primeira a tocar.
Nos anunciaram e fomos entrando.

Eu era magrinho (continuo) e tava branquelo meio cor de burro quando foge. Meu tempo de surfista tinha acabado e com ele foi-se a côr.

Um gaiato me viu e gritou..."aí macarrãoooo"
Claro que saquei que era comigo e a platéia também.
Foi uma gargalhada geral.
Aquilo me deixou levemente desconcertado, mas ao mesmo tempo me instigou. Baixou algum santo e fiquei concentradão em tocar.

A introdução da música ou tinha algo de guitarra ou era a Vania que entrava cantando algo...era bonito e com a idéia de ser meio empolgante.. e funcionou...a platéia gostou!
Senti como uma ótima resposta que demos pra eles. Tocamos dentro de nossas limitações, ninguém ali tinha sequer 5 anos de música...talvez a cantora e a compositora sim, pois eram um pouco mais velhas e pareciam já ter alguma experiência...mas nós...os 4, começamos mais ou menos na mesma época...uns três anos antes...ninguém tocava ou sabia tanto assim.

Mas fomos todos bem e deve ter soado harmônico.... eles vibraram na hora, aplaudiram e deram gritinhos...me senti vingado ..e justiça seja feita...sem a linda voz da cantora eu ia ter que engolir o macarrão!
E os outros, incluindo a cantora, só o molhinho rs

Não lembro o que aconteceu, tenho pra mim que a Vania ganhou algo como melhor interprete...não sei em que lugar ficamos.

Foi uma música só, que tenho uma pequena lembrança de como era...se não estou confundindo com alguma outra música, ela começava com algo mais ou menos assim:

Mesmo que eu me lembre.....

Pouco, né? Mas pra mim foi O show..com piadinha e tudo!

Depois dessa, que foi em 74 ou 75, só voltei a tocar em público com o grupo Hydrante, em 77 ou 78...e daí em diante não parei mais.


Lugares - Acapulco em Copacabana


Por volta de 72-74, points como o Baixo Leblon, Lapa... não eram comuns no Rio. Em Copacabana, no posto 6 na esquina da Rua Francisco Sá com Avenida Atlantica, existia um restaurante desses de beira de praia, comuns na orla de Copacabana, chamado Acapulco.

Na quadra ao lado ficava a famosa e na época mal vista, Galeria Alaska. Uma galeria mal iluminada e sempre meio suja, que ia da Av. Nossa Senhora de Copacabana a Avenida Atlântica. Local de cinemas poeira onde assisti muitos bang bangs, em sua maioria Italianos e também alguns clássicos como Easy Rider e outros de música..sem contar os pornôs...que eu sonhava assistir mas por ser menor de idade não podia entrar. Tentei algumas vezes entrar de penetra e consegui duas vezes..não vi nada, antes me botaram pra fora.

Nela existiam alguns botequins, barbeiro, 3 ou 4 cinemas poeira, Boates, lojinhas de quinquilharias para turistas...

Ponto de travestis e prostitutas, tinha uma fauna rica e variante...de moradores a turistas, sem contar os boêmios, os bêbados, gente barra pesada ..enfim, uma misturada de gente boa e outras nem tanto.

Voltando ao Acapulco, sempre apareciam por lá artistas, músicos e muitos doidões. Era época do Mandrix e cansei de ver gente caindo de cara no chão. Ainda bem que essa moda passou ou teria muita gente de nariz e dentes quebrados por aí.

Andava com uma turminha e nosso ponto de encontro era na quadra do Acapulco, ali no calçadão. De noite costumávamos levar violão e tocar uns rockinhos...o Acapulco para nós era só um restaurante na esquina, com uma fauna característica.

Aprendi a tocar Samba de uma nota só com um Francês que estava la e nos viu tocando em um dos bancos do calçadão. Foi até nós pra ouvir e ficou espantado porque só rolava rock. Me pediu o violão e tocou a bossa, que me era familiar, acessando minha memória remota...daí a facilidade com que aprendi a toca-la.

Pedi pro tal Frances me ensinar e ali mesmo e sem muita paciência ele me ensinou..e comentou pasmo. Como vocês que são brasileiros não sabem tocar essa música e eu um Francês, sei? Bem, hoje eu lhe diria o porque na lata!

Uma vez também apareceram por lá dois Argentinos...um com um dobro e o outro com harmônicas. Sentaram em um dos bancos e começaram a tocar blues...chapei...quando estavam indo embora, pedi tipo um flyer ou um mini..bem mini...poster que eles tinham. Se chamava Richie Zelon Blues Band...acho que ainda tenho esse cartaz/flyer em algum lugar.

E o Acapulco foi perdendo o reinado enquanto outros baixos surgiam. 

quarta-feira, 19 de março de 2014

Fernando Medeiros 1982 -1983 gravações de estudio e de ensaio



Em 1982 fiquei sabendo sobre a radio Fluminense FM e também tomei conhecimento de que estava acontecendo uma revitalização do rock Brasileiro.

Não pensei duas vezes e voltei a compor. Não tinha parado, mas ha um bom tempo estava compondo coisas mais mpb... e de rock, apenas minha guitarra dava um pouco a cara nessas músicas.
Não estava curtindo aquilo mesmo, então foi o chamado para voltar as minhas origens.

Não tinha as influências mais modernas de bandas new wave como The Police e nem me interessava por punk rock...aliás, foi ele que me afastou do rock por volta de 1977...e também as próprias bandas que eu curtia, que ou já não existiam mais, ou os discos que saiam eu não gostava muito.

Outro agravante, é que como estavam chegando as bandas novas da Inglaterra, que traziam influências do pop e do rock da era Iê Iê Iê, do psicodelismo viajandão e também imaturo do começo pro meio dos anos 60, as bandas da geração sixty & seventy, que é a mesma, apenas o povo cresceu e amadureceu, estavam sendo descartadas tanto pelas gravadoras quanto pela mídia, e seus discos se tornando difíceis da gente achar por aqui...porque não saiam mais.

Ok, o rock voltou ao início, mas eu já estava pra lá do meio...não ia voltar pra algo que eu não gostava e onde eu teria que mudar tudo o que eu fazia, quiça até o timbre e a forma como regulava o som da minha guitarra.

Os anos 80 foram a era do pedal Chorus e do Delay.
Usei também, mas meu som é básico. Guitarra, amp e um pedal de driver que ficará ligado o tempo todo. Não preciso de mais nada.

Gosto de um wha-wha, sinto falta de um delay, gostaria de ter um Talk Box pra pirar com aquilo, um bom compressor... mas nada disso me cria hoje, ansiedade pra ter. Tenho passado sem.


Meu rock tinha raízes principalmente setentistas...tava meio por fora na época, mas queria que se danessem...eu sabia que tinha gente que gostava e acima de tudo, eu fazia a música que sentia, não pra agradar ninguém ou entrar em alguma panelinha. Apesar de almejar algum reconhecimento, como todos.

Não sou grandes coisas como letrista e muito menos como cantor, mas era eu mesmo cantando e fazendo as letras, ou as músicas não sairiam do papel.

A Fluminense aceitava trabalhos próprios e independentes, então peguei uma das músicas que estava compondo e que era a linha que eu queria seguir e a gravei. Na realidade ela foi a única com teclados e com o estilo um pouco mais trabalhado...as outras eram mais cruas e tinham alguma tendência funk rock.

Para essa música, "Guitarras voltas e revoltas", chamei amigos para gravar comigo, pois ainda não tinha montado uma banda.
Fabio Fonseca no piano elétrico e Mini Moog (hoje além de tecladista, produtor) Sérgio Naidin (ex Miquinhos Amestrados, etc) na bateria e Willian Murray (ex Bacamarte) no baixo.
O resultado ficou bacana, com direito a um duelo de Mini Moog e guitarra e esta música entrou para a programação da rádio.

Feito isso e com mais material engatilhado, comecei a correr atrás para montar minha banda. Fabio já tinha outros compromissos e planos, assim como o Sérgio e também o Willian.

Nesta mesma época eu estava gravando com Marku Ribas e fiz o convite para Helinho Vidal (baixo e backing vocal) e Elcio Cafaro (bateria), que também estavam gravando. Eles toparam e começamos a ensaiar o repertório.

Como a música "Guitarras voltas e revoltas" já estava na programação da rádio e eu por não ter banda estava usando o meu nome mesmo, ficou como estava...apesar de no palco soarmos como um autentico power trio e não como a banda do fulano de tal.

Começamos a percorrer o circuito que existia na época e resolvi gravar mais duas músicas. Achava que tinhamos que ter algo mais direto e comercial para mandar pra Flu. Foi um erro, escolhi músicas que não eram as melhores e sequer representavam o real estilo do trabalho. Uma delas também entrou para a programação da rádio. Overdose Blues. Um rock and roll basico pra encher linguiça e que eu achava que a letra tinha algo de comercial ou que as pessoas cantariam junto o refrão...sic!
A outra música (Os garotos da rua) teve erros...desafinação dos vocais, entre outros...mesmo assim também levei para a rádio...ainda bem que não entrou pra programação.

Fomos seguindo aos trancos e barrancos...era eu também quem corria atrás dos lugares para tocar e quem bancava as despesas... mas não deu pra manter a banda. Helinho também estava tocando no grupo S.O.S e estavam gravando. Elcio estava se tornando um baterista muito requisitado...não sem motivo...e tocava comigo quando dava.

Tive que arrumar substitutos para os shows em que eles não podiam tocar. Para a batera convidei David Filstein, que estava tocando no UPI. Para o baixo, quando Helinho não podia, chamei Sidney Mesmo, que tocava no grupo Vermi e a Fauna Intestinal...grupo que eu também tocava. As vezes David também não podia e Sergio Naidin pegava as baquetas de volta. Convidei depois Sergio Izecksohn para o baixo...David saiu e testamos alguns bateristas mas nenhum nos satisfez. Aí eu já estava meio cansado e falido, me encantei por uma mulher de Volta Redonda, que conheci na cidade de Barra do Piraí e terminei indo morar na cidade do Aço, onde passei o ano de 1984 tocando em uma banda de baile (Cravo e Canela) e abandonei o trabalho como Fernando Medeiros. Hoje acho que foi um erro mas ...já foi!

Neste vídeo/audio estão as músicas: Guitarras voltas e revoltas, Overdose Blues, Os garotos da rua (a que não foi pra rádio) e quatro músicas gravadas em um ensaio com o Helinho e David. Uma balada meio blues que gosto do solo da guitarra, Guerreiro de minha fase mais MPB, e que ficou pesada de power trio e duas com tendencias funk rock...Ja caminhei..que não me recordo o nome certo e Utopia, que deveria ter sido gravada em estudio, no lugar de Os garotos da rua.

Este video-audio é dedicado a memória de Helinho Vidal.

domingo, 16 de março de 2014

Fernando Medeiros Slide Guitar Free Boogie Open D



Agora uma improvisação com levada meio Boogie usando afinação aberta em Re - Open D

Fernando Medeiros Slide Guitar Duanne Allman Tuning +



Gravei este video-audio...só tem o audio...com a afinação que o Duanne Allman costumava usar. Aproveitei e alterei a primeira corda, para mostrar as possibilidades que são muitas. Cabe a pessoa fuçar e descobrir coisas novas.

A guitarra foi gravada direta no gravador Micro BR da Boss...por isso o som meio rachado.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Fernando Medeiros - Slide Guitar - Lazy - Deep Purple Free Open Gm



Interpretação livre de Lazy do Deep Purple, usando guitarra slide em Sol menor. Open Gm

Novamente, desculpem a baixa qualidade da gravação do audio, foi feita com meu note book.

O aparente efeito "phase shifter" vem desta baixa qualidade e não tive como evita-lo.

MAS...todos estes vídeos que estou postando são bem audíveis e se puderem ajudar de alguma forma quem esta aprendendo a tocar slide, já fico imensamente feliz.

Fernando Medeiros Slide Guitar - Voodoo Child Jimi Hendrix Free Open D



Mais um pequeno video usando guitarra slide.
Agora uma interpretação livre do clássico do Jimi Hendrix, Voodoo Child.

A guitarra esta afinada em Re. Open D.

Desculpem a má qualidade do audio. Gravei o vídeo com meu note book.
Ah sim, e também desculpem as pernas abertas...é que o amp estava bem na minha frente e não tinha como me sentar mais... educadamente rs

domingo, 9 de março de 2014

Fernando Medeiros Slide Guitar Come On Into My Kitchen Free Open D



Improvisação livre sobre Come On Into My Kitchen, usando afinação aberta de Re - Open D

A qualidade do audio/video não é das melhores pois foi feita com meu note book, mas acredito que possa ter alguma valia para quem esta aprendendo a tocar guitarra slide.

Fernando Medeiros - Slide Guitar - Improvisação em Open Gm



Pequena improvisação usando guitarra slide em afinação aberta de Sol menor - Open Gm

Este tema não existe, acredito eu rs o criei na hora e fiquei improvisando em cima.

A qualidade do audio não é das melhores pois foi feita com meu note book, mas acredito que possa ser de alguma valia para quem gosta de guitarra slide.

Grandes discos gravados ao vivo - Dave Mason Certified Live - 1976


Album duplo gravado ao vivo em 1976. Saiu no Brasil no mesmo ano.

Dave Mason, ex Traffic, estava com esta banda já ha alguns anos e a quimica dos músicos era excelente.
O disco abre com Feelin Alright, um clássico de Mason e que já foi regravado por dezenas de artistas e bandas...incluindo o próprio Dave Mason, sempre com arranjos diferentes. Também não faria o menor sentido regrava-lo sempre igual.

Não creio ser a melhor versão que já ouvi dele, feita pelo próprio, mas é boa também e daí em diante o disco esquenta. Seguem duas músicas no estilo inconfundível de Mr Mason. Músicas que tem um Q de balada mas não deixam ninguém dormir pois as levadas sempre tem um certo groove.

A última música do lado A é uma regravação de All Along The Watchtower, de Bob Dylan e tem uma pegada sensacional. Seguramente uma das melhores versões desta música.
Rick Jaeger é um senhor baterista e em todo o disco ele se destaca.

O lado 2 do disco 1 é acústico e os vocais, como em todo o disco, se destacam. Abrem com Take It To the Limit do Eagles, seguem com as boas Give Me a Reason Why e a intimista Sad And Deep As You. Depois uma bem conhecida dele, a simpática Every Woman e fechando o lado acustico, volta a eletricidade e o groove com World In Changes.

O lado 3 (segundo disco) abre com o blues Goin Down Slow, cuja a introdução é um pequeno cover de uma gravação deste blues, feita por Ray Charles..na sequencia Mike Finnigan mostra seu potencial como cantor. No solo brilha a guitarra de Jim Krueger usando um talk box, onde ele brinca imitando Louis Armstrong em um determinado trecho. No final Dave Mason passa a ser a guitarra de frente.

Look at you, look at me é a próxima e bem azeitada em seus quase 13 minutos.

O quarto lado abre com a clássica Only You Know and I Know, segue com outro blues, Bring It On Home, cheio de segundas vozes e mais uma vez um solo com Talk Box de Jim Krueger.
Fechando o disco, a velha e certeira Gimme Some Lovin' volta a agitar o ambiente.

Dave Mason como guitarrista tem um estilo simples, não se destaca muito e nem podemos considera-lo como um dos grandes... mas é inconfundível, muito em função do timbre de sua guitarra...estivesse ele tocando com uma Stratocaster ou uma Firebird...que me parece ser a que ele usa neste disco. Se você é familiarizado ao som dele, você reconhece sua guitarra.