domingo, 12 de janeiro de 2014

Palhetas e duos de guitarra

Palheta

Palhetas...sim, elas também atuam no timbre. Uso as médias e pra mim esta ok. O material usado também influencia e mais uma vez é questão de gosto. Particularmente não gosto do timbre das feitas em nylon, assim como não gosto da textura delas. As palhetas que mais gostei, me parece que a Fender não fabrica mais ou pelo menos eu nunca mais as encontrei nas lojas. Nos anos 80 eles usaram um plástico que lembrava neon e tinham cores vibrantes como as da época. Rosa choque, verde limão, vermelho alaranjado... eram perfeitas no timbre, pegada e na durabilidade. Fora essas, as tradicionais tartarugas da Fender e algumas outras de plástico servem. O formato da palheta, novamente é questão de gosto e adaptação e não existe o melhor.

Existe uma gama de sonoridades e variações de timbre na região do corpo da guitarra, na área que nossa mão direita (ou a mão que estiver usando a palheta) fica posicionada. Da ponte ao início do braço, temos pequenas variações de côres. Se formos palhetando alguma corda ao longo dessa região, percebemos que seu som, timbre, corpo..vai alterando. Perto da ponte ele é mais magro, agudo, frágil.. e podemos brincar com isso, caso a gente queira dar um colorido diferente no solo. Atente sempre para sutilezas.

 Maneiras de se atacar as cordas, variações de ãngulo da palheta em relação a corda, palhetadas mais pesadas ou mais leves, o que tem a ver também com a interpretação que você queira dar...ou seja..dinâmica.. ligação direta com o uso que você souber fazer da palheta. 


Uma banda que se destacava em relação a timbragens e sutilezas e que seus guitarristas usavam bastante este(s) recurso(s) da palheta, era o Wishbone Ash. Andy Powell e Ted Turner eram mestres em extrair os mais belos timbres possíveis de suas guitarras. Guitarras essas que não tinham nada de diferente de qualquer outra...a diferença era quem tocava nelas. Ouçam o primeiro disco ao vivo deles de 1973, chamado Live Dates. A riqueza de timbres e técnicas para se conseguir extraí-los, estão por ali.

Claro que nisso entra também a timbragem do amp e as vezes o recurso de algum pedal, mas basicamente, os guitarristas da época não tinham muitas opções além da guitarra, do amplificador, bom gosto, talento e idéias.

Outro bom exemplo que posso dar, é com o falecido e um dos grandes e influente guitarrista da história do rock, Rory Gallagher. O tema "Messin with the kid" de seu álbum Live In Europe, é um bom exemplo disso.
Jeff Beck é outro que também usava muito esses recursos de palheta.

Bandas com duos de guitarras sempre me fascinaram e entre as que conheço, o Wishbone Ash se supera nesses quesitos e timbragens. Existem muitas bandas com dois e até 3 guitarristas, que chega a ser um desperdício de criatividade...ao contrário do Wishbone e algumas outras como o Man, uma banda que tinha um som super interessante, algo como um Rock Progressivo Psicodélico de garagem. Eles também eram ricos em timbres e gostavam de brincar com delays, por exemplo. Nessas bandas, as guitarras realmente teciam e não ficavam ambas fazendo a mesma coisa, como já vi muitas outras com esta formação fazerem. Normalmente são bandas ligadas mais ao rock tradicional, cujo tipo de som não pede muitas variações e mesmo quando tem, giram em torno de um mesmo universo...mas acredito que poderiam ser mais criativas.

O Allman Brothers com Duanne Allman e Dick Betts, criou escola com seus slides, timbres, longas jams e fez inúmeros seguidores, mais ou menos influenciados por eles. King Crimson com Robert Fripp e Adrian Belew também são bons exemplos de timbres e efeitos inusitados e também duas guitarras fortes, cada uma fazendo suas partes, uma diferente da outra. O Doobie Brothers também se destacava, muito em função de seu guitarrista Pat Simmons que junto a Tom Johnston, criavam boas texturas. Streetwalkers, principalmente por um de seus guitarristas, John Charlie Whitney,  com excelentes linhas de harmonia, conversando com a também boa guitarra de Bob Tench...o outro guitarrista do Streetwalkers.


A importância da guitarra base. lembre-se que guitarra não é só solo e tirando música instrumental, o trabalho dela é basicamente calcado na base.

O Grand Funk Railroad, por exemplo, no quesito guitarra não se destacava nos solos ou por ter um guitarrista genial, mas Mark Farner, entre outras qualidades como, cantor e compositor..além de homem de frente... era um excelente guitarra base, sabia usar muito bem o wha-wha e tinha um timbre personalíssimo.

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