sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Críticos de Rock


Alguns criticos de rock, inventaram que saber tocar bem um instrumento, ser um virtuose, tocar rock que parecesse ser música mais séria não combinava com o espírito do mesmo...ou seja...o rock como música não poderia evoluir. Teria que ficar eternamente nos 3 acordes, mascarados por toneladas de distorções onde ninguém poderia definir se o que estavam tocando era música boa, ruim, ou apenas barulho. A inteligência musical e auditiva que o rock tentasse mostrar estavam proibidas... era a volta pra caverna.

O rock tinha que ser básico, simples, pobre, barulhento, com pose de moderno e sempre curtinhos...mais que 3 minutos tava proibido.

Isso foi aos extremos nos anos 80 e 90, mas não era coisa tão nova assim.

Ezequiel Neves em um número do jornal Rolling Stone de 1972, onde não sei se copiando algum crítico estrangeiro de segunda, dizia que o Yes e o rock progressivo de uma maneira geral, era pretencioso... e aquela charopada toda que a partir dos anos 80, quase todos que escreviam sobre rock e não só sobre o rock progressivo dos anos 70, repetiam feito papagaios com um profundo desprezo e desrespeito pelas gerações anteriores..justo pelas mais criativas que existiram...as dos anos 60 e 70... que na realidade é a mesma. 90% das bandas dos anos 70 começaram nos anos 60...é só consultar a história.

Neste mesmo número da Rolling Stone, ou em outro...Ezequiel Neves babava pela J.Geils Band...uma banda de rock and roll legalzinha apenas, como muitas outras e cuja fama era mais por suas apresentações energéticas do que pela originalidade ou qualidade de sua música.

Os críticos de rock tem essa necessidade de permancer na adolescência, talvez para aumentar seu tempo de vida útil, buscando novos leitores e tentando fazer a cabeça deles...coisa que conseguem muito fácil.

Nos anos 80 fizeram a festa e como sempre achincalhando, ridicularizando, denegrindo qualquer tipo de rock que parecesse estar sendo tocado por músicos de verdade. Ser virtuose então, virou crime.

Concordo que a praga que se tornou o tipo de virtuoso pirotecnico, cujo um dos disseminadores foi o Van Halen, virou um troço chato, uma mesmice exibicionista e um lance bem brega. Mas separemos as coisas.
Existe o virtuoso que pensa em uma direção e existe o genial que vai em direção oposta. Jimi Hendrix, Jeff Beck, e tantos outros como o próprio Van Halen, poderiam ser classificados só como virtuoses? Não!

Esses músicos estavam acima de tudo querendo fazer música original e não ficar no mesmo lugar. Curiosamente a guitarra era o veículo e não poderia deixar de ser diferente.

Nenhum outro instrumento é como a guitarra, que se presta a tantas possibilidades e sonoridades. E ha bem pouco tempo esses mesmos críticos vem tentando mata-la... isso que é pretensão.

Voltando aos músicos que os críticos desprezam, Tom leão no jornal o Globo, várias e várias vezes fazia isso..atacar o rock dos anos 70. Disse até uma vez que ele era individualista...um absurdo.
Aí veio a febre dos djs e ele pra ficar na onda começou a endeusa-los. E eu pensei...existe coisa mais individualista do que um cara sozinho em cima de um palco com suas pick-ups?

O vi também babando por sua banda do coração quando lançaram algo com orquestra...e lá foi ele mordendo a lingua de novo.
Quer dizer que com essa sua banda querida não é pretensão fazer isso? Mas para os primeiros que fizeram é?
Que cara mais incoêrente.

Um outro do mesmo jornal...Bernardo alguma coisa, com a mesma falta de personalidade vinha com seus ataques.
Lembro de uma vez ele falando sobre heroína, colocar o título dúbio. "A droga dos anos 70.... pelo título imaginávamos que iria falar da música, é claro, pois volta e meia ele descia o malho nela... só depois é que víamos que ele estava falando de drogas de verdade. Mas a intenção oculta no título...

Arthur Dapieve. Na primeira vez que vi uma aparição sua em um jornal, (Jornal do Brasil, se a droga da minha memória...) aproveitando a vinda do Jethro Tull ao Brasil, disse com todas as letras.
"O Jethro Tull é das poucas coisas que prestaram nos anos 70"

Tempos depois ele começou a mudar. Disse que gostava do Free, que preferia o Dick Betts (Allman Brothers) ao Eric Clapton (não sei o que um tem a ver com o outro)...começou a citar o que antes negava e tratava como lixo....e começou a falar também de jazz e outros estilos...aí eu pensei... tô fora desse balaio de doido...compreênsível... um cara que diz que a melhor banda do mundo é Echo and the Bunnyman, só pode ser doido mesmo. Mesmo o achando o melhor entre os outros, cansei e parei de ler seus escritos.

Estou longe de achar que tudo o que foi feito nos anos 60 e 70 foram o máximo. Tem coisas ruins, coisas chatíssimas e coisas inexpressivas. Tem bandas que todos amam e eu acho um saco! Certos intocaveis pra mim são só mais um e não os melhores, como a maioria enfiou na cabeça...aliás, muito disso também tem o dedo da tal critica especializada. Mas o caso é que a proporção entre bom e ruim é muito maior para o primeiro.

Ja reparei também que eles sempre citam as letras dos que eles acham os geniais. Da música não falam muito, até porque, também já reparei, que os geniais deles na parte musical são sempre fracos, não cantam nada, não tocam nada.... tudo faz sentido.

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