quarta-feira, 26 de março de 2014

Lugares - Acapulco em Copacabana


Por volta de 72-74, points como o Baixo Leblon, Lapa... não eram comuns no Rio. Em Copacabana, no posto 6 na esquina da Rua Francisco Sá com Avenida Atlantica, existia um restaurante desses de beira de praia, comuns na orla de Copacabana, chamado Acapulco.

Na quadra ao lado ficava a famosa e na época mal vista, Galeria Alaska. Uma galeria mal iluminada e sempre meio suja, que ia da Av. Nossa Senhora de Copacabana a Avenida Atlântica. Local de cinemas poeira onde assisti muitos bang bangs, em sua maioria Italianos e também alguns clássicos como Easy Rider e outros de música..sem contar os pornôs...que eu sonhava assistir mas por ser menor de idade não podia entrar. Tentei algumas vezes entrar de penetra e consegui duas vezes..não vi nada, antes me botaram pra fora.

Nela existiam alguns botequins, barbeiro, 3 ou 4 cinemas poeira, Boates, lojinhas de quinquilharias para turistas...

Ponto de travestis e prostitutas, tinha uma fauna rica e variante...de moradores a turistas, sem contar os boêmios, os bêbados, gente barra pesada ..enfim, uma misturada de gente boa e outras nem tanto.

Voltando ao Acapulco, sempre apareciam por lá artistas, músicos e muitos doidões. Era época do Mandrix e cansei de ver gente caindo de cara no chão. Ainda bem que essa moda passou ou teria muita gente de nariz e dentes quebrados por aí.

Andava com uma turminha e nosso ponto de encontro era na quadra do Acapulco, ali no calçadão. De noite costumávamos levar violão e tocar uns rockinhos...o Acapulco para nós era só um restaurante na esquina, com uma fauna característica.

Aprendi a tocar Samba de uma nota só com um Francês que estava la e nos viu tocando em um dos bancos do calçadão. Foi até nós pra ouvir e ficou espantado porque só rolava rock. Me pediu o violão e tocou a bossa, que me era familiar, acessando minha memória remota...daí a facilidade com que aprendi a toca-la.

Pedi pro tal Frances me ensinar e ali mesmo e sem muita paciência ele me ensinou..e comentou pasmo. Como vocês que são brasileiros não sabem tocar essa música e eu um Francês, sei? Bem, hoje eu lhe diria o porque na lata!

Uma vez também apareceram por lá dois Argentinos...um com um dobro e o outro com harmônicas. Sentaram em um dos bancos e começaram a tocar blues...chapei...quando estavam indo embora, pedi tipo um flyer ou um mini..bem mini...poster que eles tinham. Se chamava Richie Zelon Blues Band...acho que ainda tenho esse cartaz/flyer em algum lugar.

E o Acapulco foi perdendo o reinado enquanto outros baixos surgiam. 

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