quarta-feira, 14 de maio de 2014

Grupo Hidrante - Até quando - Gravado por Carlos Adriano e Fernando Medeiros


Em 1977 ou 78, recebi o convite para tocar no grupo Hidrante. Uma banda semi-profissional com repertório próprio. Fui convidado para o lugar de Marquinhos Vianna, que tinha saído. Ele era irmão da Malu Vianna, que já postei uma música e falei dela no blog.. pois também toquei com ela e com ele depois.

Carlos Adriano, guitarra e vocal (falecido já), Antonio (Tony-Toninho) Lopez no baixo... quando entrei estava Luiz Claudio, mais conhecido como Blog, que tocou entre outros com o Celso Blues Boy e sua Legião Estrangeira. Ficou um pouco e o Tony voltou.

Creio que o baterista original da banda era o Peninha...que mais tarde também tocou no grupo Herva Doce. Toquei com ele depois no Aramaico.
Quando cheguei estava o Minhoca (Fernando Antônio) e que depois saiu para a entrada de Oscar, que teve problemas.
Tinha ainda Caquico nos teclados (algumas vezes) e Murilo, sax e flauta..algumas vezes também. Além de José Facury Heluy que contribuía como letrista.

Não sei muito sobre a história do grupo.. quando entrei ele já tinha uma estrada. Soube de um show com Paulo Cezar Girão, já conhecia o Adriano..

Conheci outros músicos mais velhos e mais experientes, a assistir seus shows e ter contato com bandas com cara de bandas, não conjuntinhos. Era realmente um mundo novo pra mim.

Fizemos alguns poucos shows.. teve um na primeira praça de skate do Rio em Nova Iguaçú, no suburbio. Dividimos com o Flamboyant do Zé da Gaita. Pena que não tinha ninguém e nem lembro se ou o que tocamos. Acho que rolou uma jam...não lembro mesmo.

Três apresentações na Casa do Estudante Universitário (CEU) que foram bem legais..dois dias de casa cheia e o terceiro...cheia de amigos...

A CEU era um lugar underground onde bandas menos conhecidas tocavam no horário da meia-noite..um horário tradicional de shows de rock nos anos 70.
Tinha um palco bom pra dança..era inclinado...meio esquisito e ao mesmo tempo interessante, pois te projetava mais para o público e vice-versa.
Tocamos umas 3 vezes ali..meu primeiro show na banda foi ali.

Era tudo meio mambembe lá, o que eu sentia que afugentava certo tipo de público..gente fresca.

Na primeira vez que toquei só tinham cadeiras soltas..como tava vazio, não teve briga por nenhuma. No outro show, eles haviam colocado bancos e fizeram com uma inclinação...tipo arena..ficou legal e ajudou nessa projeção com o público, que mencionei. Você via todo mundo..era só olhar.

Num desses últimos shows, acho que no primeiro dia. O Murilo (sax) levou o cachorro dele...um poodle preto maiorzinho...gente boa, o cachorro!

Tinha uma música chamada Fernet e definida como um um tango punk...pelo menos era como como a gente chamava. Na realidade era só uma pegada de rock que colocavamos. Enfim...a letra desse tango surgiu de um vinho que o pessoal levava pros ensaios. Depois de entornar, saiu essa letra e a brincadeira toda. O vinho se chamava Fernet.

A letra falava assim:

Maldita desgraçada
dilacerastes o meu ser
entreguei-me a bebida
covarde a esquecer

Fernet, Fernet, Fernet.

Hoje tu me abandonaste
ainda me vingo de você
....
...daqui não lembro mais

Quem cantava isso era o Murilo. Ele dramatizava, se jogava no show e cantava deitado... e no show quando fez isso, o cachorro entrou e começou a lamber a cara dele...foi perfeito!

Acho que depois disso foi a entrada do Jaburu na bateria, Ricardo Lemmers no baixo e logo depois a banda deu uma parada.

Existem alguns registros de gravações de ensaios, mas não tenho comigo. A única gravação que tenho é esta feita algum tempo depois de forma acústica em um pequeno estudio. Adriano fez os vocais, baixo e violão de 12 cordas...e eu, backing vocal e guitarra.

A música "Até quando", era do repertório da banda.


O Hidrante acabou e fui tocar no Aramaico, grupo que já postei aqui a única gravação que tenho com eles.

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