Blog de Fernando Medeiros, guitarrista e compositor. Assuntos ligados a música, guitarra slide, anos 70, histórias, lugares, instrumentos musicais, grandes guitarristas, bandas imperdíveis, pedais, rock, jazz-rock, blues, progressivo e muito mais.
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domingo, 9 de fevereiro de 2014
Canja? Não...ok?
Nunca fui muito chegado a canjas, primeiro e principalmente porque não gosto de pedir instrumento emprestado.. geralmente nessas situações você não conhece o dono do instrumento e muito menos ele a você.. e porque também não gosto de emprestar o meu...assim como não conheço alguém que goste. Só quem já se aborreceu com isso sabe.
No caso de dar a canja...quando são jams livres tudo certo, mas normalmente é pra tocar alguma musiquinha xexelenta que você já não aguenta mais. Pro cantor aparecer é ótimo, pra você que será o figurante, aquela ladainha é um saco!
Tem uns caras por aí que adoram dar essas canjas e claro, ficam irritadíssimos quando negamos o instrumento. Mas vá pedir o instrumento dele para uma canja e veja se ele te empresta.
Alguns são tão cara de pau, que recusam ou ficam P... se você
não quiser emprestar seu instrumento de fé, mas um outro que esteja contigo.
Já aconteceu mais de uma vez comigo.
As vezes eu levava duas guitarras para tocar e usava ambas realmente, conforme a música. Só que uma era minha Fender 69 e a outra uma Telecaster feita por um luthier. A Fender com singles e a Tele com humbuckings...era evidente que eram instrumentos com sons diferentes e que se eu usava ambas (ou qualquer outro que fosse o dono) era porque prestavam...e quem ouvia a Tele elogiava, dizia que ela falava muito e o timbre era muito bom...essas coisas.
Então o bicão vinha me pedir, eu falava ok e dava a Tele, é claro!
Acredita que um distinto uma vez fez cara feia e ainda teve a petulãncia de falar...ahh, com essa não..quero a Fender.
Ficou sem a canja porque aí eu simplesmente ignorei o cara, não emprestei mais e que se dane.
Mas minha bronca maior com canjas é que já tive vários prejuizos.
Listando.
Minha primeira guitarra importada foi uma Gibson SG Standard 1973.
Linda, novinha, com aquele acabamento sensacional das Gibsons.
Era de uma cor marron acinzentada que nunca vi outra igual, sobre a madeira aparente.
Tava em uma festa dessas que rolam jams. Um lugar escuro cheio de malucos tocando e dançando. Em determinado momento, um cara que eu conhecia de nome e de vista e que tinha fama de que tocava bem, chamado Egídio ou Ernesto..não lembro mais...e que morava perto de mim no posto 6 em Copacabana...ou pelo menos vivia por lá...me pediu emprestado. Relutei um pouco mas baseado nesse histórico do cara, emprestei.
Tenho 99% de certeza que foi ou por maldade ou por inveja, pois naquela época nem todo mundo tinha uma guitarra importada.
Ele estava com um relógio daqueles cuja corrente é toda de metal...mas não em seu braço direito...enfim...emprestei a guitarra e fiquei curtindo a festa. Ele deu lá a canja dele, tocou algumas músicas e eu fui pedir a guita.
Nessa hora reparei que o tal relógio estava em sua mão direita, mas não fiquei pensando ou achando nada...jamais me passaria pela cabeça algo ...hoje já não agiria assim.
No final da festa quando fui limpar a guitarra pra guardar, notei algo diferente no corpo dela...exatamente na região onde fica nosso pulso e antebraço. Levei em um lugar mais iluminado e tinha um mapa de riscos no verniz..vi aquilo, me deu uma tristeza e raiva imensas mas tive que engolir o sapo...nem vi mais o cara na festa.
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Em 1986 estava ganhando uns trocados em Ubatuba tocando em um barzinho com um cara. Chegou um senhor e começou a me encher o saco pedindo para eu emprestar pro filho dele dar uma canja, que era um garoto novo e tocava bem, mas não tinha experiência nenhuma em tocar em público e bla bla bla.... Tanto insistiu que emprestei.
O garoto ficou lá solando e usando aquela técnica de bater com a palheta na corda, no braço da guitarra. Até aí tudo bem...nunca vi ninguém estragar um instrumento assim.
Deu a canja dele, me devolveu a guitarra, o pai agradeceu muito e sumiram.
Era o intervalo..na volta, no primeiro blend que dei na altura do final do braço, senti a corda prendendo e arranhando. Acabou a música e corri pra olhar...um dos trastos estava com uns 3 ou 4 riscos.
Depois conversando com meus amigos, a dedução que chegamos foi que o garoto deve ter batido com a palheta na corda, exatamente em cima do trasto e isso deve ter funcionado como um martelinho.
Pra eliminar aquilo, peguei uma lixa fina e alisei parcialmente os riscos.
Este foi o início da derrota da minha Fender. Ainda toquei um bom tempo com ela assim, até que resolvi levar em um luthier no Rio para trocar os trastos, pois lixar todos eles não ia mais prestar.
....e o bendito luthier.....uma óva..maldito luthier... fez seguramente a maior cag... de sua vida. Destruiu a escala da minha Fender.
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A Tele... mandei pintar de vermelha e ficou lindona! Estreei a guitarra no mesmo dia em um bar que estava tocando na Barra da Tijuca. Um amigo meu guitarrista que sempre ia lá, me pediu pra dar uma canja. Tranquilo...emprestei a guitarra.
Quando acabou a canja, vi que ele estava usando um cinto com aquelas fivelonas...antes não tinha notado isso.
Virei o corpo da guitarra e... todo arranhado...quase tive um treco.
Sei que não foi por maldade, mas será que ele teria o mesmo descuido com a guitarra dele?
E o prejuizo como sempre...meu!
Emprestar e me devolverem com cordas arrebentadas? Comum.
Por essas e outras, ha um bom tempo não empresto mais e que se dane quem ficar de cara feia.
Um adendo.:
Em um show meu no bar Let It Be, no ano de 1983, no final do show alguém me pediu uma canja para um amigo que tocava gaita. Eu fingia que tocava gaita em um blues. Na realidade usava a gaita pra afinar a guitarra e brincava nesse blues com metade dela..não sabia mesmo o que fazer com a outra metade da gaita...e não sei até hoje.
Então o cara subiu e lembro bem que se chamava Carlito. Perguntei o tom e ele me disse..Do
Tocamos em dó e ficou uma porcaria...ele não se entendia direito, é óbvio, pois a gaita era em dó mas o acompanhamento teria que ser em Sol...como ele disse Do..tocamos em Do.
Eu quando estou no palco, fico meio que absorvido por isso e não consigo pensar direito quando o assunto foge do que estou fazendo, ou tenho que fazer. Minha gaita também era em dó e eu sabia que a harmonia tinha que ser tocada em Sol. Na hora nem lembrei disso e também vendo que ele era gaitista, não me passou nada pela cabeça.
Esse show foi gravado toscamente com um gravador k7 e no outro dia em casa, ouvindo foi que atentei.
Putz...nós tinhamos que ter tocado em Sol pra dar certo.
Porque ele falou que era Do...será que não sabia que se a gaita é em Do, tocamos em sol, se é Mi, tocamos em Si... ?
Ficou esse mal estar como se eu tivesse tentado sacanear o cara, mas a verdade é esta e a fita k7, que ainda existe, prova isso. Ta la a banda tocando em Do.
domingo, 12 de janeiro de 2014
Fender x Gibson
Fender x Gibson
Já li e ouvi inúmeras besteiras sobre essas duas marcas de guitarras, tão definitivas para o instrumento.
Instrumentos completamente diferentes e que se completam.
Existe a melhor? Não. Toda e qualquer opinião sobre isso é motivada pelo gosto pessoal de cada um. O papo de que uma é mais para blues, outra para rock, heavy...ou o som que seja, são mais convenções e lenda. Sim, um humbucking soará "melhor" para um som pesado..mas nada impede de criarmos outro timbre pesado, usando um single coil, ou sei lá o que... só depende da criatividade do músico.
É sempre assim...até a hora que aparece alguém contrariando essas máximas, com algo totalmente diferente do "estilo", com um senhor timbre e fazendo um belo som, e logo os seguidores e admiradores aparecem elogiando e falando que o cara e o que ele usa é o máximo.
Voltando a essas duas marcas, basicamente o que eu não gosto na Gibson é o corpo não anatômico e os ângulos retos em suas bordas, que são desconfortáveis. Mas o maior problema que tenho com elas é em relação ao meu timbre.
Definitivamente humbuckings não são a minha praia e como já testei inúmeros single-coils em mogno e nenhum deles me agradou, incluindo single P90 da Gibson, esta madeira também não me interessa. Para não ser totalmente injusto, já consegui um timbre que me agradou, na Telecaster em mogno que tive em que usei um humbucking Seymour Duncan (era um modelo para jazz) junto com um Gibson 57, dos anos 70.
A combinação dos dois, me dava um timbre perfeito para o que eu estava fazendo na época.
Tocava em uma banda de country rock e usava basicamente slide. A combinação desses dois humbuckings me dava um timbre que lembrava um Pedal Steel, e claro, eu tentava reforçar isso com os controles de tonalidade. Para meu azar, o Seymour Duncan morreu. Ele simplesmente parou de funcionar e técnico nenhum descobriu o motivo.
Tocávamos muito em um bar chamado General Lee, que ficava em Cabo Frio na região dos lagos, no Rio de Janeiro e lá fazia um calor infernal. Em uma noite eu praticamente derreti em cima da guitarra e ela literalmente tomou banho de suor. Nesta mesma noite, este humbucking ficou estranho e eu tive que usar outra guitarra. Na noite seguinte ele funcionou normalmente e não pensei mais no assunto. Dias depois, em casa, fui ligar a guitarra e som nenhum saiu dele...estava morto.
Levei em pessoas que mexiam com captadores e nenhuma delas conseguiu desvendar o mistério. A explicação que tenho, é que ou arrebentou algum fio da bobina em seu interior, ou o suor que entrou nele oxidou algo lá por dentro ...era daqueles humbuckings onde as bobinas ficam expostas. Como o Gibson tinha a capa de metal, com ele não rolou nada. Tentei dois outros humbuckings mas não consegui mais o timbre que me agradava e como parei de tocar country, não vi mais necessidade de procurar ou comprar outro Seymour Duncan do modelo que se foi..enfim..de investir nisso. Troquei o Gibson 57 por um Gibson P90 com um amigo e a Tele virou instrumento de testes, como mencionei anteriormente.
Fora esses meus poréns, a Gibson é um instrumento maravilhoso, que tem um braço fácil e delicioso de se tocar, um acabamento fora de série, e é claro que eu gostaria de ter vários modelos, nem que fosse apenas para ficar adimirando-as. Para não dizer que sou completamente arredio as Gibsons por causa dos humbuckings, existem as Firebird que tem uma sonoridade digamos, mais Fender, o que acredito seja cortesia dos mini humbuckings que elas usam..além de eu gostar muito do visual delas.
E as Fender? Eu gosto de tudo na Fender Stratocaster. A Strato para o meu som, meu conforto e sem contar que continuo achando a guitarra mais bonita e perfeita (pelo todo) já inventada, é meu Edem...não preciso de outra..a não ser outras Stratocasters.
Já li e ouvi inúmeras besteiras sobre essas duas marcas de guitarras, tão definitivas para o instrumento.
Instrumentos completamente diferentes e que se completam.
Existe a melhor? Não. Toda e qualquer opinião sobre isso é motivada pelo gosto pessoal de cada um. O papo de que uma é mais para blues, outra para rock, heavy...ou o som que seja, são mais convenções e lenda. Sim, um humbucking soará "melhor" para um som pesado..mas nada impede de criarmos outro timbre pesado, usando um single coil, ou sei lá o que... só depende da criatividade do músico.
É sempre assim...até a hora que aparece alguém contrariando essas máximas, com algo totalmente diferente do "estilo", com um senhor timbre e fazendo um belo som, e logo os seguidores e admiradores aparecem elogiando e falando que o cara e o que ele usa é o máximo.
Voltando a essas duas marcas, basicamente o que eu não gosto na Gibson é o corpo não anatômico e os ângulos retos em suas bordas, que são desconfortáveis. Mas o maior problema que tenho com elas é em relação ao meu timbre.
Definitivamente humbuckings não são a minha praia e como já testei inúmeros single-coils em mogno e nenhum deles me agradou, incluindo single P90 da Gibson, esta madeira também não me interessa. Para não ser totalmente injusto, já consegui um timbre que me agradou, na Telecaster em mogno que tive em que usei um humbucking Seymour Duncan (era um modelo para jazz) junto com um Gibson 57, dos anos 70.
A combinação dos dois, me dava um timbre perfeito para o que eu estava fazendo na época.
Tocava em uma banda de country rock e usava basicamente slide. A combinação desses dois humbuckings me dava um timbre que lembrava um Pedal Steel, e claro, eu tentava reforçar isso com os controles de tonalidade. Para meu azar, o Seymour Duncan morreu. Ele simplesmente parou de funcionar e técnico nenhum descobriu o motivo.
Tocávamos muito em um bar chamado General Lee, que ficava em Cabo Frio na região dos lagos, no Rio de Janeiro e lá fazia um calor infernal. Em uma noite eu praticamente derreti em cima da guitarra e ela literalmente tomou banho de suor. Nesta mesma noite, este humbucking ficou estranho e eu tive que usar outra guitarra. Na noite seguinte ele funcionou normalmente e não pensei mais no assunto. Dias depois, em casa, fui ligar a guitarra e som nenhum saiu dele...estava morto.
Levei em pessoas que mexiam com captadores e nenhuma delas conseguiu desvendar o mistério. A explicação que tenho, é que ou arrebentou algum fio da bobina em seu interior, ou o suor que entrou nele oxidou algo lá por dentro ...era daqueles humbuckings onde as bobinas ficam expostas. Como o Gibson tinha a capa de metal, com ele não rolou nada. Tentei dois outros humbuckings mas não consegui mais o timbre que me agradava e como parei de tocar country, não vi mais necessidade de procurar ou comprar outro Seymour Duncan do modelo que se foi..enfim..de investir nisso. Troquei o Gibson 57 por um Gibson P90 com um amigo e a Tele virou instrumento de testes, como mencionei anteriormente.
Fora esses meus poréns, a Gibson é um instrumento maravilhoso, que tem um braço fácil e delicioso de se tocar, um acabamento fora de série, e é claro que eu gostaria de ter vários modelos, nem que fosse apenas para ficar adimirando-as. Para não dizer que sou completamente arredio as Gibsons por causa dos humbuckings, existem as Firebird que tem uma sonoridade digamos, mais Fender, o que acredito seja cortesia dos mini humbuckings que elas usam..além de eu gostar muito do visual delas.
E as Fender? Eu gosto de tudo na Fender Stratocaster. A Strato para o meu som, meu conforto e sem contar que continuo achando a guitarra mais bonita e perfeita (pelo todo) já inventada, é meu Edem...não preciso de outra..a não ser outras Stratocasters.
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