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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Novos Baianos



Entre as bandas nacionais que eu mais gostava, os Novos Baianos era a minha preferida. Uma das razões era que independente de fazerem música fortemente calcada na música Brasileira, eles tinham uma coisa universal, tinham pegada, cara e estilo totalmente rock, uma malucada boa demais e ainda tinha o Pepeu Gomes...que era a ponte definitiva entre o Brasil e o que se fazia no resto do mundo e ele estava no mesmo nível dos grandes guitarristas de fora.

Meu sonho era ver alguma banda daqui, de preferência eles, tocando e fazendo sucesso nos EUA e Inglaterra.

Os Italianos tinham a Premiata Forneria Marconi, os Holandeses o Focus...porque nós não poderíamos ter os Novos Baianos, que era um grupo tão original e rock, fazendo sucesso por lá também?

Assisti aos Novos Baianos umas 3 vezes e amei cada apresentação. A que me recordo melhor, foi no Teatro João Caetano (antes da reforma) que estava bem vazio...quem não viu perdeu.
Fomos eu e o cantor da minha primeira banda..Felinto Sérgio.

Aliás, neste mesmo Teatro, assisti anos depois a um dos melhores shows da minha vida. Blood Sweat and Tears.

Voltando aos Baianos, a guitarra do Pepeu rugia plugada em amplificadores Thor e caixas com 4 falantes de 12...cada. Ele com seu set de amps e sua Giannini Super Sonic, desbancava muita gente com Gibsons, Fenders e amplificadores importados. Não lembro de ninguém que tirasse o som que ele tirava e com tudo nacional.

Duas coisas foram fundamentais em meu aprendizado como guitarrista. Primeiro ter ouvido o disco Live In Europe do guitarrista Irlandes, Rory Gallagher, e segundo, ter assistido ao Pepeu ao vivo. Eu já tinha gostado dele e vi que tinha alguém especial ali, quando ouvi o disco ao vivo da Gal Costa, Fatal - A Todo Vapor... e ao vivo confirmei tudo.

Neste show no Teatro João Caetano, Pepeu me mostrou como uma guitarra poderia e devia soar ao vivo. Uma pressão danada, um timbre venenoso alto e claro.
O vibrato dele também era perfeito...até hoje, pra mim é o melhor vibrato entre os Brasileiros...sem contar que é o único guitarrista daqui que reconheço quando ouço, pelo timbre, pegada e fraseado.


Voltando ao show. Me lembro que tinha uma garota na platéia enchendo o saco, pedindo para eles tocarem Preta, Pretinha.
Eles acabavam de tocar uma música e la vinha aquela voz: "Toca preta pretinha"
Até que uma hora, acho que o Moraes Moreira, falou algo como:
Nós não íamos tocar esta música, mas como estão pedindo muito...

E tocaram.

Quando acabou a música, o amigo que estava comigo falou:

Ta satisfeita agora?

E a platéia respondeu: Satisfeitissíssima!!

Aproveitamos uma fala de um comercial chato que passava na TV...e todos riram!

Lembro da energia desse show e da pressão. Era uma bandaça!