Blog de Fernando Medeiros, guitarrista e compositor. Assuntos ligados a música, guitarra slide, anos 70, histórias, lugares, instrumentos musicais, grandes guitarristas, bandas imperdíveis, pedais, rock, jazz-rock, blues, progressivo e muito mais.
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domingo, 19 de janeiro de 2014
Sebos de discos
Em Copacabana existiam alguns sebos de discos e eu vivia passando neles e comprando. Se achava muita coisa recente, mais até que discos antigos. Discos novos ou em bom estado e discos completamente mal tratados.
Em um desses sebos, creio que em 1972, achei um Pop History do Taste. O cara com uma guitarra toda descascada na capa me chamou a atenção. Gostei mas não a ponto de virar fã. O cara da guitarra descascada era o Rory Gallagher.
Pouco tempo depois saiu o disco Live In Europe, e este mesmo Rory Gallagher se tornou minha maior influência. O cara que me fez entender o som de uma guitarra.
Na mesma época e neste mesmo sebo, encontrei importado, o disco Smokin do Humble Pie. Peguei o disco pra olhar e o lado B na faixa I Wonder, estava todo arranhado. Feio mesmo...como se tivessem passado um prego nele. Dava pra sentir os riscos quando passavamos a mão. Olhei o lado A e estava perfeito...o preço uma mixaria....tipo o que seria hoje uns 5 reais. Levei!
Chegando em casa fui escutar e quando coloquei o lado B, não acreditei. Entrou na música I wonder e a única coisa diferente foram alguns estalinhos, mas hora nenhuma o faixa pulou, ou engasgou e ficou repetindo algum trecho. E melhor ainda...I Wonder era a melhor música do disco. Um blues sensacional e que até hoje é o blues que mais gosto em todos os sentidos...uma obra prima. Voltarei a falar desse blues.
O que acho mais curioso, no caso desse e de outros discos que achava pelos sebos, é o estado em que alguns estavam. Esse Humble Pie era novo..saiu naquele ano e era importado.
Tive alguns cuja capa estava em petição de miséria e o disco bem chumbado também. Ou esses discos rodavam muito entre os amigos do ex-dono, ou o ex-dono era muito desleixado.
Outro sebo que eu ia muito, ficava e ainda existe até hoje em uma galeria na Rua Siqueira Campos..ou Figueiredo de Magalhães..ele tem entrada por ambas as ruas. Achei muita coisa boa nele e também levei muitos que eu não queria mais, para trocar.
O problema dos sebos de discos, é que dependendo do estado do vinil, o dono não nos deixava ouvir..tinhamos que levar no escuro. Como o preço era barato a gente arriscava...aí em casa, se não gostasse, era só juntar a 9 discos que não quizessemos mais e empurrar de volta pro cara.
Mais pro final dos anos 70, os sebos começaram a ficar mais seletivos ou direcionados. Existiam os que só comercializavam discos de rock e os normais, que incluiam todo tipo de música. Mas não podíamos dispensar nenhum, pois as coisas boas podiam estar onde menos esperássemos.
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