Blog de Fernando Medeiros, guitarrista e compositor. Assuntos ligados a música, guitarra slide, anos 70, histórias, lugares, instrumentos musicais, grandes guitarristas, bandas imperdíveis, pedais, rock, jazz-rock, blues, progressivo e muito mais.
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quarta-feira, 19 de março de 2014
Fernando Medeiros 1982 -1983 gravações de estudio e de ensaio
Em 1982 fiquei sabendo sobre a radio Fluminense FM e também tomei conhecimento de que estava acontecendo uma revitalização do rock Brasileiro.
Não pensei duas vezes e voltei a compor. Não tinha parado, mas ha um bom tempo estava compondo coisas mais mpb... e de rock, apenas minha guitarra dava um pouco a cara nessas músicas.
Não estava curtindo aquilo mesmo, então foi o chamado para voltar as minhas origens.
Não tinha as influências mais modernas de bandas new wave como The Police e nem me interessava por punk rock...aliás, foi ele que me afastou do rock por volta de 1977...e também as próprias bandas que eu curtia, que ou já não existiam mais, ou os discos que saiam eu não gostava muito.
Outro agravante, é que como estavam chegando as bandas novas da Inglaterra, que traziam influências do pop e do rock da era Iê Iê Iê, do psicodelismo viajandão e também imaturo do começo pro meio dos anos 60, as bandas da geração sixty & seventy, que é a mesma, apenas o povo cresceu e amadureceu, estavam sendo descartadas tanto pelas gravadoras quanto pela mídia, e seus discos se tornando difíceis da gente achar por aqui...porque não saiam mais.
Ok, o rock voltou ao início, mas eu já estava pra lá do meio...não ia voltar pra algo que eu não gostava e onde eu teria que mudar tudo o que eu fazia, quiça até o timbre e a forma como regulava o som da minha guitarra.
Os anos 80 foram a era do pedal Chorus e do Delay.
Usei também, mas meu som é básico. Guitarra, amp e um pedal de driver que ficará ligado o tempo todo. Não preciso de mais nada.
Gosto de um wha-wha, sinto falta de um delay, gostaria de ter um Talk Box pra pirar com aquilo, um bom compressor... mas nada disso me cria hoje, ansiedade pra ter. Tenho passado sem.
Meu rock tinha raízes principalmente setentistas...tava meio por fora na época, mas queria que se danessem...eu sabia que tinha gente que gostava e acima de tudo, eu fazia a música que sentia, não pra agradar ninguém ou entrar em alguma panelinha. Apesar de almejar algum reconhecimento, como todos.
Não sou grandes coisas como letrista e muito menos como cantor, mas era eu mesmo cantando e fazendo as letras, ou as músicas não sairiam do papel.
A Fluminense aceitava trabalhos próprios e independentes, então peguei uma das músicas que estava compondo e que era a linha que eu queria seguir e a gravei. Na realidade ela foi a única com teclados e com o estilo um pouco mais trabalhado...as outras eram mais cruas e tinham alguma tendência funk rock.
Para essa música, "Guitarras voltas e revoltas", chamei amigos para gravar comigo, pois ainda não tinha montado uma banda.
Fabio Fonseca no piano elétrico e Mini Moog (hoje além de tecladista, produtor) Sérgio Naidin (ex Miquinhos Amestrados, etc) na bateria e Willian Murray (ex Bacamarte) no baixo.
O resultado ficou bacana, com direito a um duelo de Mini Moog e guitarra e esta música entrou para a programação da rádio.
Feito isso e com mais material engatilhado, comecei a correr atrás para montar minha banda. Fabio já tinha outros compromissos e planos, assim como o Sérgio e também o Willian.
Nesta mesma época eu estava gravando com Marku Ribas e fiz o convite para Helinho Vidal (baixo e backing vocal) e Elcio Cafaro (bateria), que também estavam gravando. Eles toparam e começamos a ensaiar o repertório.
Como a música "Guitarras voltas e revoltas" já estava na programação da rádio e eu por não ter banda estava usando o meu nome mesmo, ficou como estava...apesar de no palco soarmos como um autentico power trio e não como a banda do fulano de tal.
Começamos a percorrer o circuito que existia na época e resolvi gravar mais duas músicas. Achava que tinhamos que ter algo mais direto e comercial para mandar pra Flu. Foi um erro, escolhi músicas que não eram as melhores e sequer representavam o real estilo do trabalho. Uma delas também entrou para a programação da rádio. Overdose Blues. Um rock and roll basico pra encher linguiça e que eu achava que a letra tinha algo de comercial ou que as pessoas cantariam junto o refrão...sic!
A outra música (Os garotos da rua) teve erros...desafinação dos vocais, entre outros...mesmo assim também levei para a rádio...ainda bem que não entrou pra programação.
Fomos seguindo aos trancos e barrancos...era eu também quem corria atrás dos lugares para tocar e quem bancava as despesas... mas não deu pra manter a banda. Helinho também estava tocando no grupo S.O.S e estavam gravando. Elcio estava se tornando um baterista muito requisitado...não sem motivo...e tocava comigo quando dava.
Tive que arrumar substitutos para os shows em que eles não podiam tocar. Para a batera convidei David Filstein, que estava tocando no UPI. Para o baixo, quando Helinho não podia, chamei Sidney Mesmo, que tocava no grupo Vermi e a Fauna Intestinal...grupo que eu também tocava. As vezes David também não podia e Sergio Naidin pegava as baquetas de volta. Convidei depois Sergio Izecksohn para o baixo...David saiu e testamos alguns bateristas mas nenhum nos satisfez. Aí eu já estava meio cansado e falido, me encantei por uma mulher de Volta Redonda, que conheci na cidade de Barra do Piraí e terminei indo morar na cidade do Aço, onde passei o ano de 1984 tocando em uma banda de baile (Cravo e Canela) e abandonei o trabalho como Fernando Medeiros. Hoje acho que foi um erro mas ...já foi!
Neste vídeo/audio estão as músicas: Guitarras voltas e revoltas, Overdose Blues, Os garotos da rua (a que não foi pra rádio) e quatro músicas gravadas em um ensaio com o Helinho e David. Uma balada meio blues que gosto do solo da guitarra, Guerreiro de minha fase mais MPB, e que ficou pesada de power trio e duas com tendencias funk rock...Ja caminhei..que não me recordo o nome certo e Utopia, que deveria ter sido gravada em estudio, no lugar de Os garotos da rua.
Este video-audio é dedicado a memória de Helinho Vidal.
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